O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) sugeriu nesta terça-feira (14) ao governo "novos passos" para enfrentar a crise financeira. Segundo ele, seguindo o exemplo da Europa, o Brasil deveria estabelecer mecanismos de garantias no mercado de crédito interbancário, o que seria uma medida complementar ao conjunto de decisões já anunciado pelo governo na semana passada. O senador petista recomendou também o controle do câmbio, já que muitas empresas exportadoras que especularam com derivativos do câmbio ficaram em dificuldades. "A estabilização do câmbio é fundamental para as empresas ", disse Mercadante, que hoje confirmou a presença do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, nesta quinta-feira, na Comissão de Assuntos Econômicos.

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O senador petista elogiou as medidas adotadas até agora pelo Banco Central, ressaltando que pequenos bancos estão com problemas de liquidez. Ele enfatizou que o sistema financeiro no Brasil é sólido, até por conta das crises bancárias ocorridas no passado. Mercadante concordou com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), para quem essa solidez deve-se ao fato de o governo Fernando Henrique Cardoso ter regulado o sistema financeiro e criado, quando foi necessário, o Proer. "É uma obra do governo, do governo anterior e da democracia brasileira", devolveu Mercadante.

"A crise já atingiu quatro dos seis maiores bancos dos Estados Unidos. Os bancos de investimentos norte-americanos acabaram e há ausência de regulação, de regras e limites e isso não pode continuar na economia internacional. A crise vai significar o nascimento de uma nova economia e o fim de uma era", completou Mercadante em discurso na tribuna, reforçando a tese de que a resposta para a crise é global. Ele exibiu uma série de fatores que levam o Brasil a enfrentar bem o colapso internacional do sistema financeiro, entre eles as reservas, o controle da inflação e a situação fiscal.

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"O risco sistêmico é muito baixo no Brasil", repetiu, acrescentando que, apesar da melhoria dos indicadores hoje no mercado, é preciso estar atento e fazer um monitoramento diário da crise. Pela avaliação de Mercadante, nessa "nova economia" que será criada pela crise, países em desenvolvimento como o Brasil terão papel decisivo. E comparou o Brasil com outros emergentes. "A China ainda é uma ditadura, a Índia ainda vive o regime de castas e a Rússia, a burocracia autoritária. O Brasil tem uma democracia consolidada e os fundamentos da economia são sólidos", concluiu.