Gift cards e cartões pré-pagos são alternativa para a inclusão financeira e para presentes.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Desde que foi regulamentado pelo Banco Central em 2013, o mercado de cartões pré-pagos ganha mais adeptos e apresenta novidades para o público que não tem acesso a instituições bancárias ou que deseja ter em mãos uma ferramenta para controle dos gastos. É possível fazer compras, transferências e saques sem a necessidade de ter uma conta em banco.

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Na Agillitas, empresa focada na prestação de serviços de pagamento pré-pagos, já foram emitidos mais de um milhão de cartões. Somente o cartão para viagem em moeda estrangeira apresenta queda, enquanto as outras opções têm crescimento de 15% ao ano. A Zuum, meio de pagamento pré-pago vinculado a celular e cartão, registrou alta de 120% do fim de 2014 até o momento, possuindo uma base de 470 mil clientes em todo o país.

A facilidade em obter o cartão pré-pago é uma das explicações para o crescimento. Normalmente, o usuário precisa apenas cadastrar o CPF, o que ajuda na inclusão financeira. São 55 milhões de brasileiros adultos não bancarizados que movimentam R$ 665 bilhões por ano, segundo informações do instituto Data Popular.

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Outra vantagem é controlar os gastos, já que a pessoa só vai gastar o dinheiro que tiver depositado. “O cartão pré-pago é uma alternativa para as pessoas que não têm controle ao usar o pós-pago”, explica o professor e doutor em finanças comportamentais, Jurandir Sell Macedo.

O meio de pagamento é também uma alternativa para empresas que têm funcionários que efetuam gastos corporativos ou para campanhas promocionais e recompensas financeiras. “Quando a equipe de vendas bate metas, é possível dar um cartão pré-pago de prêmio”, exemplifica Alexandre Brito, VP Desenvolvimento de Aceitação e Negócios da MasterCard Brasil e Cone Sul.

A ferramenta serve para pagar mesada a adolescentes e para presentear amigos e parentes com os tradicionais gift cards. Há ainda o travel money, cartão pré-pago usado em viagens internacionais.

Restrições

O consumidor precisa ficar atento às restrições do pré-pago. As instituições cobram uma taxa e existe um valor mínimo e máximo de recarga mensal. Há limites para fazer saques e compras.

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Apesar de não haver dados consolidados do setor, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) considera que é um mercado que tem tudo para crescer, pois desenvolve produtos para nichos específicos. O diretor executivo da Abecs, Ricardo Vieira, explica, porém, que o cartão pré-pago não opera em larga escala, por isso, não deve superar os cartões de crédito convencionais.

Gift cards encontram novos públicos

O mercado de cartões pré-pagos é embalado pela ampliação do público-alvo. Tudo começou com os vouchers de alimentação pagos pelas empresas aos funcionários. Depois vieram os cartões presentes. Agora, é possível até pagar programa de sócio-torcedor com a ferramenta.

A moda dos gift cards continua em alta. Quem for a um supermercado, vai perceber que são vendidos cartões de cursinhos para concurso público, de serviços de streaming e para jogos on-line. Uma empresa que entrou recentemente nesse ramo foi a Netflix. Os gift cards são comercializados em lojas físicas e usados para quitar a assinatura do serviço. O novo método de pagamento atendeu a um pedido dos usuários.

Times de futebol também aderiram ao pré-pago. Corinthians, Flamengo e Atlético-PR têm seus cartões que podem ser emitidos sem burocracia. Os cartões servem para fazer compras em redes que aceitam a bandeira e podem ser usados para pagar programas de sócio-torcedor.

Quem for casar pode trocar a tradicional lista de presente por um cartão, opção fornecida recentemente pela empresa Vale Presente.

A alternativa pode até agradar mais do que um presente de verdade. No livro “Scroogenomics”, sem versão em português, o economista Joel Waldfogel defende que deveríamos parar de dar presentes em datas festivas. A explicação, segundo o autor, é que quando presenteamos alguém, fazemos escolhas pouco informadas, o que gera insatisfação e destruição de riqueza. Dinheiro e cartões evitam esse desperdício.