Analistas do mercado financeiro mantiveram a projeção de redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) que começa nesta terça-feira (21) e termina na próxima quarta-feira (22). A informação consta do boletim Focus, publicação semanal elaborada pelo BC com base em projeção de instituições financeiras para os principais indicadores da economia.
Depois dessa redução, os analistas não esperam por mais nenhum corte nos juros básicos em 2009. Atualmente, a Selic está em 9,25% ao ano e, com o corte projetado, deve fechar o ano em 8,75% ao ano. Mas as instituições aumentaram a projeção para a taxa básica ao final de 2010. A projeção passou de 9,25% ao ano para 9,38% ao ano.
A Selic serve de referência para outras taxas de juros e é usada pelo BC para controlar a inflação. Quando os preços estão em alta, o BC aumenta os juros e faz o inverso quando a inflação está em baixa e quer estimular a atividade econômica. Neste ano, os juros básicos já foram reduzidos em 4,5 pontos percentuais.
Cabe ao BC perseguir a meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional, formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do Banco Central. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi o escolhido pelo governo para a meta.
Na projeção dos analistas, o IPCA deve chegar ao final do ano em 4,53% e não mais em 4,50% como previsto no boletim anterior. Esse percentual para o IPCA está um pouco acima do centro da meta de 4,5%. Entretanto, a meta, válida para este e o próximo anos, tem margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, o limite inferior é de 2,5% e o superior é de 6,5%. Para 2010, a estimativa para o IPCA passou de 4,40% para 4,41%.
A previsão para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) em 2009 caiu de 0,95% para 0,90%. A estimativa para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) também está em queda: passou 0,50% para 0,44%, neste ano. Na capital paulista, o Índice de Preço ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) deve ficar em 4,11% e não mais em 4,10%. Para 2010, as projeções para os três índices foram mantidas em 4,5%.
A estimativa para os preços administrados foi mantida em 4,30% neste ano e em 3,80% em 2010. Os preços administrados referem-se aos valores cobrados por serviços monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamento, transporte urbano coletivo e outros).
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