Os economistas do mercado financeiro acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central voltará a subir os juros básicos da economia brasileira nesta semana.
Segundo o relatório de mercado, fruto de pesquisa do BC com os analistas, documento divulgado nesta segunda-feira (7), a taxa de juros deve avançar dos atuais 9,5% ao ano para 10,25% ao ano, ou seja, um aumento de 0,75 ponto percentual. A reunião do Copom acontece nesta terça e quarta-feiras (8 e 9).
Caso a expectativa do mercado se confirme, essa será a segunda elevação consecutiva dos juros básicos da economia, que já haviam avançado de 8,75% para 9,5% ao ano no fim do mês de abril. A decisão também implicaria no retorno do Brasil ao nível de dois dígitos, ou seja, acima de 10% ao ano, patamar que não vigorava desde junho do ano passado - quando a taxa de juros recuou de 10,25% para 9,25% ao ano.
Novos aumentos
Com as pressões inflacionárias, os analistas do mercado financeiro apostam que os juros continuarão avançando no resto deste ano. Segundo a previsão do mercado financeiro, os juros deverão subir para 11% ao ano em julho, para 11,75% ao ano em setembro e para 12% ao ano em janeiro de 2011. No decorrer do ano que vem, porém, deverão recuar, terminando 2011 em 11,50% ao ano.
Inflação
O mercado financeiro também baixou na semana passada a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) deste ano. A estimativa dos analistas passou de 5,67% para 5,64%. Para 2011, a previsão do mercado permaneceu estável em 4,80%.
No Brasil, vigora o sistema de metas de inflação, pelo qual o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Para 2010 e 2011, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Deste modo, mesmo com o recuo da projeção na última semana, a expectativa do mercado ainda permanece bem acima da meta central de inflação de 4,5% para este ano. O BC, ao definir os juros básicos da economia, calibra a taxa de juros para que a inflação convirja para o centro da meta definida pelo governo.
PIB
Os analistas do mercado financeiro também elevaram a sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de 6,47% para 6,60% na semana passada, informou o Banco Central nesta segunda-feira (7) por meio do relatório de mercado.
Se confirmada, será a maior expansão do PIB desde 1986, quando o país cresceu 7,49%, segundo série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disponibilizada pelo BC. Para 2011, a previsão de crescimento econômico do mercado financeiro permaneceu estável em 4,5%.
Taxa de câmbio
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2010 permaneceu em R$ 1,80 por dólar. Para o fechamento de 2011, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio ficou estável em R$ 1,85 por dólar.
Balança comercial
Já a projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2010 permaneceu estável em US$ 15 bilhões na semana passada.
Para 2011, o BC revelou nesta segunda-feira que a previsão dos economistas para o saldo da balança comercial subiu de US$ 4,5 bilhões para US$ 5,23 bilhões de superávit.
No caso dos investimentos estrangeiros diretos, a expectativa do mercado para o ingresso de 2010 permaneceu inalterado em US$ 36,5 bilhões. Para 2011, a projeção de entrada de investimentos no Brasil ficou estável em US$ 40 bilhões.
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