Menos inflação para este ano: a previsão dos analistas do mercado financeiro para todos os índices de preços caiu. A pesquisa semanal que o Banco Central (BC) faz com instituições financeiras, divulgada nesta quarta-feira, mostrou que a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial usado pelo governo no sistema de metas, passou de 5,29% para 5,24%.
Queda também nos outros índices pesquisados pela autoridade monetária: IGP-DI (que caiu de 4,86% para 4,65%), IGP-M (de 4,78% para 4,62%) e o IPC-Fipe (5,21% para 5,02%).
Foi a primeira divulgação de estimativa para a inflação após o resultado do IPCA-15 na última sexta-feira, que fechou fevereiro em 0,53%. Antes disso, os economistas pesquisados esperavam um IPCA de 0,55% em fevereiro, conforme a mediana das previsões. Agora, a expectativa caiu para 0,48%. Também foi reduzida a previsão do IPCA para março, a 0,45%, ante 0,46% na semana anterior.
Mesmo com essas baixas nas expectativas de inflação, os economistas mantiveram a previsão de mais dois cortes na taxa básica de juros (Selic) nas duas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária. E com uma leve alta prevista apenas para o início do ano que vem.
A estimativa é diferente de quem aplica no mercado financeiro. Com a sinalização de que o BC testará os juros neutros - aqueles que propiciam o crescimento sem impacto na inflação - além das notícias de que os bancos públicos liderarão um movimento de queda dos juros a pedido da presidente Dilma, os negócios fechados no mercado de juros futuros tiveram a mínima taxa na semana passada.
De acordo com a pesquisa do BC, a previsão para a relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto (PIB) caiu pela segunda semana seguida de 36,9% para 36,7%. Esse é o principal indicador das contas públicas.
A projeção para o crescimento neste ano ficou estável em 3,3%, mas as perspectivas para a indústria pioraram: de 2,7% de crescimento passou para 2,5%.Para o ano que vem, os analistas aumentaram a previsão oficial de inflação de 5% para 5,02%.