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Análise

Mercado reduz previsão para câmbio e juros no fim do ano

Brasília – As projeções do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim do ano recuaram de R$ 2,05 para R$ 2,00 na pesquisa Focus divulgada ontem pelo Banco Central (BC). O valor é considerado conservador por analistas do mercado financeiro. "Dificilmente o câmbio voltará para os R$ 2,00 neste ano", disse o economista da LCA Consultores, Raphael Castro. Para ele, a taxa de câmbio terminará o ano em R$ 1,95. Para o fim de 2008, as estimativas de câmbio da pesquisa do BC recuaram de R$ 2,10 para R$ 2,05. Menos otimista, o economista da LCA trabalha com uma previsão de câmbio de R$ 2,10 para o fim do próximo ano.

A pesquisa Focus mostrou também que o mercado ajustou sua aposta para a taxa de juros, projetando uma redução de 0,5 ponto porcentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em junho. Até a semana passada, a maioria esperava um corte de 0,25 ponto porcentual, mas os economistas começaram a rever suas estimativas depois que o dólar rompeu para baixo a barreira dos R$ 2,00.

Na opinião de Castro, a queda da taxa de juros é que deverá provocar uma reversão ainda que parcial do processo de valorização do câmbio visto nos últimos meses. "Com os juros mais baixos, é possível que tenhamos uma redução do fluxo de capitais externos interessados em obter lucro com o diferencial de juros interno e externo", disse.

Segundo o economista da LCA Consultores, a taxa de juros deverá ficar abaixo dos 10% no próximo ano e terminar 2008 em 9,25%. "Com este patamar de juros, aplicar em países como o México e a Turquia começa a ficar mais interessante", disse um analista de um banco estrangeiro. Por outro lado, as projeções de investimento estrangeiro direto neste e no próximo ano subiram na pesquisa de ontem para US$ 20 bilhões.

Com o câmbio em baixa, as projeções do mercado para o IPCA deste ano continuaram caindo e recuaram de 3,62% para 3,60%. Na visão do economista da LCA, as estimativas poderão cair ainda mais. O aumento das importações gerado pelo movimento de valorização do real, de acordo com Castro, é que tem mantido a inflação em níveis baixos.

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