O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, negou nesta terça-feira (30), antes da reunião mensal do Conselho Monetário Nacional (CMN), que haja discussões dentro do governo para reduzir o superávit primário (economia feita para pagar juros da dívida pública e manter sua trajetória de queda) neste ano e em 2010. "Não fizemos esta discussão [de redução do primário] dentro do governo", disse.
Nesta segunda-feira, os juros futuros subiram por conta de supostos temores a respeito do atingimento da meta fiscal deste ano, após o anúncio do Banco Central de que o superávit primário de maio, de R$ 1,11 bilhão, foi o menor para este mês desde o início da série histórica da autoridade monetária, em 2001.
"Acho que o mercado deve estar nervoso por algum outro motivo, ou, como às vezes acontece, sem motivo nenhum. O mercado tem de tomar maracugina. O mais provável é que o mercado esteja arrumando um jeito de ganhar dinheiro e colocar a gente no meio disso", afirmou o ministro. Segundo ele, a notícia veiculada por um jornal de que o governo estaria considerando a possibilidade de zerar o superávit primário em 2010 é "estapafúrdia".
De acordo com Paulo Bernardo, não há "nada que justifique" a desconfiança do mercado em relação ao atingimento das metas de superávit primário pelo governo federal. "Se você pegar os resultados primários desde 1500, os seis maiores foram no governo Lula. Não tem nenhum tipo de precedente que justifique a dúvida", afirmou.