A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou nesta sexta-feira (19) que levará mais de dois meses para desenvolver um novo supervisor bancário para a zona do euro, acrescentando que é importante que os eventos sigam uma determinada ordem. "Nós devemos nos prender a uma certa sequência de eventos --primeiramente devemos resolver a estrutura legal, então nós precisamos estabelecer um órgão de supervisão e somente quando este estiver operacional os bancos poderão ser recapitalizados diretamente pelo ESM (Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira)", disse ela em entrevista no segundo dia da cúpula da União Europeia (UE) em Bruxelas. Ela destacou que o objetivo de esclarecer a estrutura legal até o final do ano é ambiciosa, mas acrescentou que a vontade política para completar essa estrutura para um supervisor pan-europeu até dezembro de fato existe. Os líderes da UE concordaram mais cedo nesta sexta-feira que um único supervisor terá a responsabilidade de fiscalizar os bancos da zona do euro no ano que vem. Merkel afirmou que a zona do euro precisa de uma estrutura orçamentária integrada e acrescentou que isso incluiria um fundo de solidariedade para impulsionar a competitividade. Merkel disse ainda que havia falado ao primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, que seu país tem boas chances de se desenvolver dentro da zona do euro caso fizer reformas. Recapitalização direta A chanceler alemã disse ainda que os bancos não poderão ser recapitalizados retroativamente por meio do ESM uma vez que o supervisor europeu estiver definido. "Não haverá recapitalização direta retroativa. Se a recapitalização for possível, só será possível para o futuro, portanto eu acredito que quando o supervisor bancário estiver definido nós não teremos mais problemas com os bancos espanhóis, pelo menos eu espero que não", disse ela. Merkel afirmou que os bancos também só poderiam ser recapitalizados diretamente através do ESM se um fundo em que os bancos devem fazer os depósitos estiver estabelecido. A questão sobre quando o Banco Central Europeu (BCE) irá efetivamente se tornar o supervisor dos bancos do bloco é importante porque abrirá caminho para o ESM injetar capital diretamente em bancos problemáticos sem somar valor às dívidas dos governos.
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