A Associação Médica do Paraná (AMP) e o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) estimam que pelo menos metade dos profissionais que trabalham com planos de saúde no estado ou seja, cerca de 4,5 mil médicos vão aderir à paralisação de hoje, em protesto por um reajuste no valor de consultas e demais procedimentos. Ontem, uma sondagem informal da Gazeta do Povo com 31 consultórios e clínicas de Curitiba credenciados a diferentes operadoras indicou que 25 deles fecharão seu atendimento a pacientes de saúde suplementar desses, 11 abrirão apenas para pacientes particulares.
Pronto-atendimento
O presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (Fehospar) e do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (Sindipar), Luis Rodrigo Schruber Milano, informa que, nas instituições hospitalares, os pronto-atendimentos e pronto-socorros funcionarão normalmente, mas com uma expectativa de aumento de demanda. "Nos últimos três anos tivemos um aumento de 15% a 20% na demanda, em parte porque muitos consultórios de especialidades têm fechado. Na falta ou demora de atendimento de um especialista, o paciente acaba nos procurando. Hoje, com a paralisação, esperamos uma demanda maior."
Em nota, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reforçou que os serviços de urgência devem ser garantidos e que os sistemas e fluxos de autorizações das operadoras devem estar programados para as necessidades de reagendamento, bem como para os casos de não adesão à paralisação.
Reivindicação
Os médicos, que ainda na semana passada ganharam o apoio de dentistas e fisioterapeutas do estado no movimento, dizem que 90% das operadoras têm contratos defasados. Eles pedem 92% de reajuste e a adoção da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), da Associação Médica Brasileira (AMB), como tabela única.
A União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), que representa 16% do mercado, disse que reajustou honorários em 75,1% nos últimos 11 anos. A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que equivale a 33% do mercado, alega ter feito reajustes entre 83,33% e 116,30%, entre 2002 e 2010. A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), que representa cerca de 34% do mercado, não comenta o assunto.
Serviço:
Os canais de atendimento da ANS estão à disposição dos beneficiários para denúncias, reclamações e esclarecimentos pelo Disque ANS (0800-701-9656) ou, pessoalmente, das 8h30 as 16h30, no núcleo regional de Curitiba: Alameda Dr. Carlos de Carvalho, 373, conjunto 902, Centro, fone (41) 3223-0880.
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