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Campanha salarial

Metalúrgicos da Bosch decidem manter greve em Curitiba

Em assembléia realizada na manhã desta terça-feira (11), cerca de 4,4 mil metalúrgicos da fábrica da Bosch da Cidade Industrial de Curitiba (CIC) decidiram manter a paralisação nas atividades, iniciada na última sexta-feira (7). Os trabalhadores pedem um reajuste salarial de 10,75%, sendo 7,15% referentes à inflação dos últimos 12 meses e um aumento real de 3,6%,e um abono de R$ 1,5 mil a serem aplicados em dezembro, data-base da categoria.

Na tarde de segunda-feira (10), diretores do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) e representantes da Bosch se reuniram no Ministério Público do Trabalho, mas terminaram o encontro sem um acordo. Segundo o SMC, a empresa apresentou duas propostas. Na primeira, se comprometia a pagar o abono de R$ 1,5 mil no mês de janeiro de 2009, aplicar o reajuste relativo à inflação, de 7,15%, em fevereiro, e o aumento real de 3,6% em agosto. Os trabalhadores rejeitaram a proposta.

A segunda sugestão da empresa foi de dar o aumento real e o reajuste inflacionário no mês de dezembro, mas sem conceder o abono salarial. O sindicato da categoria voltou a rejeitar o acordo e apresentou uma contraproposta, que pedia os R$ 1,5 mil de abono para dezembro e o reajuste total, de 10,75%, para fevereiro de 2009, mas a Bosch alegou que não seria possível.

Pouco antes das 8 horas desta terça-feira, a empresa apresentou uma nova proposta: R$ 1000 de abono em dezembro e o reajuste total em março. Na assembléia realizada em frente à fábrica nesta manhã, os valores foram rejeitados e os trabalhadores decidiram manter a paralisação.

Segundo Edson Antônio dos Anjos, diretor do SMC e funcionário da Bosch, as reivindicações são específicas dos metalúrgicos da empresa, e não devem atingir outras fábricas. Os trabalhadores aguardam uma nova proposta da Bosch para ser discutida em assembléia na manhã de quarta-feira (12).

De acordo com Anjos, o SMC não estima os valores que a empresa está deixando de arrecadar, uma vez que não há um controle preciso sobre a quantidade de peças que são fabricadas por dia. "Posso afirmar que o prejuízo para a empresa é grande enquanto ficarmos de braços cruzados", disse. A fábrica de bombas injetoras e componentes para sistemas a diesel tem cerca de cinco mil trabalhadores, dos quais 600, da área administrativa, estão trabalhando normalmente.

Procurada pela reportagem, a Bosch afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que está em negociação com o sindicato e que não tem mais informações para serem repassadas por enquanto.

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