Os metalúrgicos da Volkswagen-Audi decidiram aceitar a proposta de reajuste salarial da montadora, em assembléia na noite de quarta-feira (26), e também voltaram ao trabalho, assim como os trabalhadores da Renault e Nissan. Os nove mil trabalhadores, que atuam em Curitiba e região metropolitana, esteve em greve por quatro dias úteis.
O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) e o Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea) acordaram em audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na terça-feira (25), um aumento de 7,44% em dezembro e R$ 1,5 mil de abono em 5 de outubro.
Apesar de ter sido aceita, a proposta não atinge os objetivos da categoria, mas sinalizaria um avanço. "O índice é um pouco superior ao das montadoras de São Paulo", afirmou o presidente do SMC, Sérgio Butka, na tarde de quarta-feira (26). O ideal para os trabalhadores seria um aumento de 8,5% em setembro e R$ 800 de abono a serem pagos em 5 de outubro. Outra opção seria os mesmos 8,5% para janeiro, com R$ 2 mil de abono para 5 de outubro. A reportagem da Gazeta do Povo Online não conseguiu entrar em contato com Butka na manhã desta quinta-feira. Segundo o SMC, ele está em viagem.
Na quarta-feira, a proposta das montadoras foi aceita pelos metalúrgicos do primeiro turno em assembléia pela manhã. Na reunião da tarde, com os trabalhadores do segundo turno, a oferta foi rejeitada apenas pelos metalúrgicos da Volkswagen-Audi. Por isso, foi agendado para a noite um novo encontro que reuniu os metalúrgicos do três turnos da Volkswagen-Audi, no qual decidiram aceitar a proposta e pôr fim à greve. Reflexos
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), os trabalhadores completaram 35 horas paradas na terça-feira. Onze delas seriam abonadas e as 24 restantes compensadas ou descontadas em duas parcelas: metade no salário de outubro e metade em novembro.
De acordo com o SMC, nos quatro dias úteis de greve, a Volks deixou de produzir 3.320 veículos. A montadora emprega cerca de 3,6 mil trabalhadores, com média salarial de R$ 1.600,00. Do total da produção, 70% é comercializado no mercado interno e o restante é exportado para países da América e Europa.
A Renault não produziu 2.800 automóveis. Cerca de 80% da produção é vendida no Brasil e o restante é exportado para a Argentina, México, Uruguai e Chile. A montadora francesa instalada no Paraná emprega três mil trabalhadores. A média salarial é de R$ 1.400,00.
Já a Nissan, cuja fábrica é anexa à da Renault, deixou de produzir 360 carros. Cerca de 90% da fabricação é comercializada no mercado interno, com o restante sendo exportado para a Argentina, Uruguai e Chile.