Os metalúrgicos de São José dos Campos foram ao Palácio do Planalto nesta sexta-feira (20) para tentar se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pedir que ele impeça as demissões na Embraer. Na quinta-feira (19), a empresa anunciou que cortaria 20% do seu quadro funcional.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José e Região, Adilson dos Santos, disse que a empresa está agindo de "má fé" com as demissões em massa, porque está ampliando a produção de aeronaves para este ano em comparação com 2008. Não há garantia de que eles serão recebidos por Lula.
"Nós temos certeza que houve má fé. A empresa só está fazendo isso porque quer manter a divisão de lucros aos acionistas. A Embraer está ampliando a produção de 204 aeronaves em 2008 para 242 neste ano. Não existe diminuição de demanda na empresa. O que eles querem é manter os lucros", disse Santos. saiba mais
Na quinta-feira, o presidente manifestou sua indignação com o anúncio das demissões pela Embraer e reclamou que a empresa não comunicou ao governo a decisão.
"O presidente está muito indignado porque a Embraer, que pediu o socorro do governo muitas vezes, não veio falar com ele sobre esse tema. O ministro Guido [Mantega] havia chamado a empresa, ela marcou e não apareceu. Eles deram o calote. O presidente disse que vai chamar a empresa para ter uma conversa", contou o membro da Executiva Nacional da CUT, José Lopez Feijoó, na quinta-feira, depois de se reunir com Lula.
Os sindicalistas de São José dos Campos disseram que pedirão ao presidente que ele interfira na decisão da empresa, já que o governo tem uma golden share (ação especial com direito a veto) na Embraer. "Nós queremos que o governo intervenha, porque tem poder de veto e queremos que as demissões sejam revertidas. Se isso não funcionar, queremos que o governo reestatize a empresa", argumentou o secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Luiz Carlos Prates.
Os metalúrgicos disseram antes de se reunir com o presidente que não ficarão de braços cruzados se as demissões forem mantidas. Eles prometem paralisar as atividades da Embraer. "A crise é grave, não é só uma marolinha e já está afetando fortemente o Brasil", analisou Prates.
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