O México anunciou detalhes de um plano para permitir que investidores privados estrangeiros participem de licitações para explorar amplas áreas com reservas de petróleo e gás no começo do próximo ano, à medida que tenta reverter a queda na produção doméstica de petróleo.

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Com a abertura, petrolíferas estrangeiras poderão investir no país pela primeira vez em quase oito décadas. Os primeiros projetos a serem oferecidos desde a nacionalização da indústria, em 1938, incluirão áreas em águas profundas e rasas, além de reservas terrestres, incluindo depósitos de óleo pesado, campos maduros e reservas não convencionais, como as de gás de xisto, segundo autoridades mexicanas.

"Queremos agir com rapidez, mas também com eficiência, para conter o declínio na produção que tem nos afetado desde 2004", afirmou o ministro de Energia do país, Pedro Joaquín Coldwell, durante coletiva de imprensa.

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Autoridades confirmaram que a estatal Petróleos Mexicanos (Pemex) vai manter a maioria das reservas que obteve na chamada "rodada zero", o que, segundo eles, garantirá o futuro da empresa como principal produtor da commodity no país. A Pemex é a única produtora de petróleo e gás no Mexico desde sua criação, há 76 anos, e agora vai enfrentar concorrência pela primeira vez após a legislação que reforma o setor de energia ter sido promulgada na semana passada.

A produção da Pemex está hoje em cerca de 2,5 milhões de barris por dia, ante um pico de 3,4 milhões de barris por dia atingido em 2004. Mesmo com a reforma, a estatal deverá continuar sendo o maior produtor de petróleo do México por vários anos, com a manutenção do nível atual. O governo tem como meta que a produção geral alcance 3 milhões de barris por dia até 2018 e 3 5 milhões de barris por dia até 2025, com empresas privadas respondendo pelo volume adicional.

A Pemex tem direito a 83% das reservas provadas e prováveis e a cerca de um quinto de "possíveis reservas", que incluem depósitos ainda não descobertos. Segundo Lourdes Melgar, vice-ministra de Hidrocarbonetos, a fatia de reservas provadas e prováveis é de cerca de 20,6 bilhões de barris de óleo equivalente, ou 15,5 anos de produção nos níveis atuais.

O executivo-chefe da Pemex, Emilio Lozoya, informou que a empresa pretende fazer parcerias estratégicas para desenvolver dez projetos, algo que não era possível sob a lei anterior. A Pemex também pretende participar de licitações de petróleo, concorrendo com empresas privadas.

O governo mexicano designou 109 blocos para a primeira licitação nos quais são esperados investimentos de cerca de US$ 50 bilhões nos próximo quatro anos, incluindo eventuais parcerias com a Pemex.

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