“O que estão fazendo com a Grécia tem um nome: terrorismo”, garantiu em entrevista o ministro das Finanças do país, Yanis Varoufakis, publicada neste sábado (4) pelo jornal espanhol El Mundo, na qual afirmou que se o “sim” sair vitorioso no referendo deste domingo (5), a democracia estará em perigo, porque isso significaria o triunfo do medo.
Varoufakis considera que se o “sim” vencer na consulta aos gregos sobre se querem que o governo aceite as condições exigidas pelos credores internacionais, terão um acordo “absolutamente nefasto”, enquanto se o “não” sair vitorioso, “não será fantástico, mas tampouco será tão ruim”.
Por outro lado, se o “não” vencer o referendo, Varoufakis insistiu que o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, viajaria na próxima segunda-feira (6) para Bruxelas para conseguir “um acordo melhor”. No entanto, o ministro das Finanças se mostrou absolutamente convencido que, seja qual for o resultado do referendo, na segunda-feira haverá um acordo.
Segundo o ministro, um trilhão de euros serão perdidos se a Grécia “entrar em colapso”, algo que a Europa não pode permitir porque “é dinheiro demais”. Varoufakis também garantiu que na próxima terça-feira (7) os bancos vão abrir em seu país, após o fechamento ao qual se viram obrigados depois que a Europa se recusou a fazer uma “pequena extensão do resgate”.
Segundo o ministro, há cinco meses já existia um plano “para acabar com um governo que não aceitava as chantagens do ‘establishment’ europeu”. O problema “é que a União Europeia não gosta de democracia”, assegurou Varoufakis, que explicou que lhe disseram, “sem paliativos”, que a proposta de acordo “era um assunto muito complicado para deixar a decisão final nas mãos do povo grego”.
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