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Governo e Petrobras negam acordo com Bolívia sobre refinarias
Mesmo sem anunciar um acordo após ter vencido o prazo dado pela Petrobras, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, informou no início da tarde desta quinta-feira, por meio de sua assessoria, que as negociações em torno da venda das refinarias da estatal brasileira para a boliviana YPFB "estão indo muito bem e próximas de um desfecho".
Terminou ao meio-dia o prazo dado pelo governo brasileiro para que os bolivianos se manifestem sobre a proposta feita pela Petrobras para vender as duas refinarias que são alvo da nacionalização do presidente boliviano Evo Morales. No início da tarde desta quinta-feira Há pouco, Silas Rondeau foi chamado à Casa Civil pela ministra Dilma Rousseff, com quem já havia se reunido pela manhã.
Ainda pela manhã, Morales disse que graças a uma intervenção direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a negociação para a recompra das duas refinarias da Petrobras no país vizinho está a ponto de chegar a um final feliz. A proposta da Petrobras seria de US$ 112 milhõespelas unidades, segundo fontes ligadas ao governo. O valor é inferior ao solicitado anteriormente e fica abaixo dos US$ 180 milhões gastos nas duas unidades, incluindo a compra e a modernização. Morales confirmou que a Petrobras baixou bastante o preço pedido mas ainda estão discutindo o valor final.
A decisão de compra e venda já está tomada, disse Morales em entrevista a jornalistas no início da manhã no Palácio do Governo de La Paz, assegurando que havia resolvido com Lula "problemas de fundo" e que restava pendente apenas um problema em relação ao preço da operação. Na opinião de especialistas, a venda das refinarias será ruim para a Bolívia e para a Petrobras.
- O presidente Lula disse 'vendam as refinarias (a estatal boliviana YPFB) tal como compraram', é uma questão de preço. Estou seguro que em minutos haverá novidades, estamos trabalhando nisso no momento - afirmou Morales na manhã desta quinta-feira.
A decisão brasileira de encurtar as discussões e dar um ultimato à Bolívia veio após Morales ter tirado da estatal brasileira, por decreto, no domingo, o direito de comercializar os derivados de petróleo produzidos nas refinarias da empresa no país andino. O que foi classificado pela empresa como a expropriação do fluxo de caixa da copmpanhia.
Se não houver acordo, o primeiro passo da Petrobras será recorrer à Corte Internacional para fazer valer seus direitos.
Na segunda-feira, a Petrobras apresentou uma proposta final pela compra das duas refinarias por parte da boliviana YPFB, dando um prazo de 48 horas para que a Bolívia se manifestasse.
Os valores das negociações, no entanto, não vem sendo divulgados oficialmente. Na noite dessa quarta-feira, diante de informações que os dois países haviam fechado um acordo em US$ 110 milhões, o Palácio do Planalto e o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, negaram que houvesse chegado a um solução final para o impasse. O país ainda aguarda a decisão da Bolívia.
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