O ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, desaconselhou nesta quarta-feira que os consumidores façam novas conversões dos carros a gasolina ou a álcool para utilizar Gás Natural Veicular (GNV).

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- Eu não aconselharia - disse Hubner.

No entanto, ao mesmo tempo, o ministro garantiu atendimento àqueles que já fizeram a transformação.

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- Todo mundo que fez esta transformação fez investimento. O presidente tem colocado isto. O que não dá é para a gente abandonar estas pessoas que de boa-fé fizeram todo este investimento, elas vão continuar tendo gás, até porque as distribuidoras têm um contrato com a Petrobras. Elas têm que compatibilizar o que elas têm contratado com o que elas estão vendendo - disse o ministro.

Recado à Petrobras

Na manhã desta quarta-feira, em discurso na abertura do 5º Encontro Nacional do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado direto à Petrobras, dizendo que a empresa não pode "pensar somente no lucro".' Lula disse ainda que o Palácio do Planalto não manda na Petrobras, mas que a estatal é subordinada a seu acionista majoritário, que é o governo federal. O presidente também voltou a afirmar que não haverá apagão no país e classificou a crise de abastecimento no Rio de Janeiro, na semana passada, como um ''probleminha de gás'.

Na semana passada, a Petrobras recebeu uma notificação da ONS e suspendeu a distribuição de parte do para a Comgás e a CEG-Rio. No Rio, faltou gás para indústrias e taxistas. Em São Paulo, o abastecimento também foi afetado.

Na terça-feira, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, defendeu que os governo estaduais parem de conceder incentivos e subsídios para os consumidores de gás natural como forma de desistimular a demanda pelo combustível . Segundo ele, alguns Estados, como no caso do Rio de Janeiro, oferecem isenção de IPVA para quem adquire automóveis movidos a gás natural.

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O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, também já desaconselhou os motoristas a adaptarem seus automóveis para o uso do gás natural veicular (GNV), afirmando que o uso do gás natural em veículos "não é o melhor uso".

Política é dos governos estaduais

Nelson Hubner deixou claro, porém, que a política de fornecimento do gás é dos governos estaduais e das distribuidoras.

- Não posso definir pelos estados aquilo que eles gostariam de fazer e é política e prerrogativa deles. O que nós queremos é que aquilo que for feito de expansão esteja sempre amarrado em contrato. Se está todo mundo contratado bonitinho, não teremos crise nenhuma.

Investimentos na Bolívia

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Nesta terça-feira, em La Paz, Gabrielli anunciou a retomada dos investimentos em projetos de ampliação da produção de gás natural na Bolívia, quase um ano e seis meses depois de terem sido suspensos em função à nacionalização das reservas de hidrocarbonetos naquele país. O presidente da estatal brasileira participou de reunião, que durou mais de quatro horas, com o ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, e o presidente da estatal boliviana YPFB, Guillermo Aruquipa.

Em entrevista concedida após a reunião, eles confirmaram que Brasil e Bolívia vão assinar um "novo acordo energético" durante o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Evo Morales, marcado para o dia 12 de dezembro. Este "novo acordo energético", segundo limitaram-se a informar durante a entrevista, deverá incluir novos investimentos da empresa brasileira no território boliviano para exploração e exportação de energia, principalmente gás.