A montadora chinesa Chery, que está se instalando em Jacareí, a 82 km de São Paulo, negocia com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e com o Ministério do Trabalho, a possibilidade de absorver em sua fábrica, que começa a operar no final de 2014, a mão de obra que vier a ser dispensada pela General Motors, na sua unidade de São José.
Segundo a assessoria de imprensa da Chery, o assunto está sendo estudado e possivelmente terá uma definição logo após o carnaval.
O secretário geral do Sindicato, Luiz Carlos Prates, o Mancha, confirmou o interesse da montadora chinesa em aproveitar a mão de obra de trabalhadores eventualmente dispensados pela GM. "Já conversamos sobre o assunto, mas nada ficou acertado ainda", disse.
Mancha afirmou, no entanto, que o foco dos sindicalistas no momento seria a recolocação dos trabalhadores na própria GM. No total, cerca de 1,5 mil trabalhadores podem ser demitidos pela empresa até dezembro, conforme acordo aprovado na segunda-feira (28) pelos trabalhadores. Desses, 650 tiveram o prazo prorrogado por dois meses, ao fim do qual deverão ser dispensados.
Nos próximos 30 dias, uma comissão formada pelo sindicato fará um levantamento do número de trabalhadores prestes a se aposentar, na tentativa de convencê-los a antecipar o benefício, para abrir novas vagas e evitar as demissões.
"Cada caso é um caso e nem sempre é vantajoso se aposentar nessas condições, mas vamos negociar um bom pacote que possa compensar os trabalhadores nessas condições", disse Mancha. Além disso, segundo o sindicalista, a mobilização política continua.
"No mesmo dia do acordo a GM anunciou contratações para outras unidades para tentar demonstrar que mantém o nível de emprego no país. Mas os trabalhadores não podem ser apenas números a serem manipulados desta forma", reclamou.
A prefeitura de São José dos Campos também anunciou um pacote para ajudar na recolocação dos possíveis demitidos da GM. O prefeito da cidade, Carlinhos Almeida (PT), prometeu uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), para requalificação desta mão de obra; orientação para o cadastro desses trabalhadores no Posto de Assistência ao Trabalhador (PAT); e apoio na abertura de novos negócios, via Sala do Empreendedor e Banco do Empreendedor.
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