Demorou mais de dez anos para os carros híbridos chegarem ao mercado brasileiro, agora, as montadoras correm para ter o "título" de primeira a lançar um carro com tal tecnologia no país. A Mercedes-Benz já fala em modelo e data e confirma que trará o S400 Hybrid no primeiro trimestre deste ano. A Toyota aposta no sucesso do Prius e faz, inclusive, a adaptação do modelo para receber a gasolina brasileira, que é misturada com álcool anidro. Justamente por causa do combustível, o Prius estreou antes, em novembro do ano passado, na Argentina, onde a gasolina não tem adição de etanol. Como comparação, o carro chegou ao mercado japonês em 1997 e hoje é o mais vendido no país.Os modelos híbridos possuem duas fontes de energia em ação conjunta: a combustão (seja a gasolina, diesel ou etanol) e a elétrica. Como a energia elétrica é "limpa" e o motor é abastecido por baterias, os carros híbridos consomem menos combustível e, em consequência, emitem volume menor de gases poluentes.
De acordo com o diretor de tecnologia Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) e gerente da área de certificação de produto da Toyota, Edson Orikassa, todas as montadoras no Brasil têm se reunido na associação para acelerar a certificação dos carros. "Não existe problema na legislação brasileira que impeça a entrada desses modelos no país, mas quem deverá autorizar a importação e a comercialização é o Ibama. Para os híbridos, ainda não tem um processo de certificação", afirma Orikassa.
Orikassa destaca que as grande montadoras devem acabar incluindo a tecnologia nos híbridos para vender mais esse tipo de modelo. "Para o mercado brasileiro essa é a tendência de se conseguir um aumento de volume", observa.
A Toyota apresentou seu primeiro protótipo híbrido com tecnologia flex, o 1/X, no Salão de São Paulo de 2008. "Se a Toyota mostrou o 1/X em 2008, temos a ideia de que levaria mais cinco anos para um modelo assim ser lançado, partindo dos cronogramas normais de desenvolvimento de produtos", calcula o engenheiro.
Em 2008, especialistas adiantaram ao G1 sobre a aposta no sucesso de carros híbridos. Segundo eles, a expectativa das montadoras é de que até 2020 o volume de modelos híbridos vendidos no mundo seja o mesmo dos modelos equipados somente com motores a combustão.
Inicialmente, todos os híbridos no Brasil serão importados, assim, os preços serão submetidos à alíquota de 35% de importação. Além da homologação dos produtos, esse é outro ponto em discussão por fabricantes e entidades envolvidas. Por se tratar de veículos com apelo ecológico, o setor defende descontos na carga tributária.
Entenda sobre os híbridos
Existem três tipos de carros híbridos. No chamado híbrido paralelo, o motor a combustão é responsável pela locomoção do automóvel e o elétrico é um propulsor auxiliar, para melhorar o desempenho do carro e reduzir o consumo de combustível.
No híbrido-série acontece o contrário: o motor elétrico é responsável pela locomoção do automóvel e o motor a combustão é acionado apenas quando falta energia elétrica. Neste caso, o motor a combustão movimenta o carro por tempo suficiente para recarregar as baterias do motor elétrico.
O terceiro tipo é o híbrido misto, que combina aspectos do sistema em série com o sistema paralelo. Ele permite usar apenas o motor elétrico ou os dois motores em conjunto.
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