A agência de classificação de risco Moody’s disse que a possibilidade de racionamento de água em São Paulo e em outros estados do Sudeste afetará as indústrias de bebidas e construção civil.
Segundo a agência, estes segmentos dependem diretamente de recursos hídricos, e, se decretado em escala nacional, o racionamento atrapalharia o já lento crescimento econômico do Brasil. “O estresse de cada companhia vai depender da quantidade de água que elas demandam para cada atividade”, afirma a vice-presidente da Moody’s e analista sênior Barbara Mattos.
Segundo a Moody’s, empresas como Braskem (química) e Ambev (bebidas) estariam mais expostas, uma vez que concentram suas atividades no Sudeste. A Braskem possui 30% de sua produção nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, e a Ambev tem 13 de suas 21 unidades na região Sudeste.
Efeito no caixa
A Moody’s também prevê que a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) das principais empresas de abastecimento da região devem cair até, pelo menos, a metade de 2016. Na Copasa (MG), a retração ficaria entre 22% e 45%; na Sabesp (SP), a queda ficaria entre 30% e 40%.
A Cedae, do Rio de Janeiro, não tem rating atribuído pela agência. Neste caso, o reflexo seria sentido nas receitas e no fluxo de caixa.
O racionamento representa riscos moderados às indústrias de mineração e papel e celulose, segundo a Moody’s. Há um impacto maior na siderurgia, que depende diretamente dos rios e lençóis subterrâneos.
O relatório da agência, no entanto, ressalta que empresas como a Suzano Papel e Celulose e Fibria aumentaram a eficiência no uso de água e reduziram a captação de recursos hídricos.
Para a Moody’s, o estado de racionamento deve ser anunciado em abril, após o período chuvoso.
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