A MP do Bem, editada pelo governo federal em julho, ao desonerar os micros que custam até R$ 2,5 mil, foi um dos fatores que impulsionaram a indústria da informática brasileira. Mas não pode ser encarada como a panacéia do setor, que se beneficiou também da queda na cotação do dólar (estima-se que 70% dos componentes de um PC sejam atrelados à moeda dos EUA) e das opções crescentes de crédito ao consumo. Com isso, redes do varejo popular, como a Casas Bahia, Ponto Frio e a paranaense Condor, aumentam gradativamente suas seções de produtos tecnológicos.
A Positivo Informática, de Curitiba, é um retrato do crescimento do hardware no Brasil. Por muitos anos longe do "varejão" atendendo apenas ao mercado corporativo e a licitações públicas, a empresa retornou com força em 2004 às gondolas. Ultrapassou Dell e HP e, há nove meses, ocupa a liderança na venda de PCs no país. "O consumidor brasileiro já está privilegiando produtos com garantia e origem conhecida, mostrando um amadurecimento que beneficiará a todos", comemora o diretor-geral da Positivo, Hélio Rotenberg. "Quando o cliente percebe uma pequena diferença nos preços, ele prefere comprar em uma grande loja", frisa. Para se ter uma idéia, o micro equipado com Windows mais barato da Positivo no ano passado custava R$ 1,9 mil. Hoje, o mesmo equipamento sai por pouco mais que R$ 1,3 mil.
Futuro
Previsões na área, por outro lado, ainda são cautelosas. Flávio Haddad, gerente-geral da Lenovo do Brasil, diz que resultados como os detectados pela consultoria IDC no primeiro semestre de 2005 dificilmente se repetirão. "De qualquer maneira, o mercado brasileiro de computadores tem potencial para se expandir entre 6% e 7% ao ano", lembra. A Lenovo, de olho nesse filão, anuncia seu retorno ao varejo para "algum momento" em 2006.
Rotenberg, da Positivo, é mais otimista. "Se as instituições, como a Receita Federal, continuarem fazendo o seu trabalho, continuaremos com nosso setor formal em expansão", afirma o executivo. (JPP)
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