O Ministério da Fazenda espera que as mudanças na caderneta de poupança sejam divulgadas nesta quarta-feira(13) ao final da reunião de coordenação política. A indicação é da assessoria do ministro Guido Mantega. Tudo irá depender da solução de um impasse criado com a proposta de reduzir o imposto dos fundos de investimentos para tornar esse tipo de aplicação mais atrativo do que a poupança para os grandes aplicadores.
Ao chegar nesta terça-feira (12) ao ministério, o coordenador das discussões sobre mudança na poupança, Bernard Appy, comentou notícias divulgadas de que haveria impasse no governo provocada pela proposta que ele apresentou de redução do imposto dos fundos. "É besteira isso".
Nesta terça-feira à tarde, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, recebe sindicalistas para discutir a crise e os efeitos das medidas adotadas pelo governo para enfrentar a desaceleração da economia. Na quarta, também à tarde, será a vez de empresários se reunirem com o ministro.
Na semana passada, a Receita Federal começou a receber as centrais sindicais para discutir o impacto das desonerações na renda do trabalhador. O primeiro encontro ocorreu entre a secretária da Receita Federal, Lina Vieira, e o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Arthur Henrique das Silva Santos, reunião confirmada pela assessoria do sindicalista e pela Receita Federal.
No dia 18 de abril, a Agência Brasil já havia antecipado o interesse de Lina Vieira em ouvir também os trabalhadores e não só os empresários. A Receita Federal quer saber como as medidas adotadas pelo governo para enfrentar a crise econômica que se agravou a partir de setembro passado tiveram impacto no bolso dos trabalhadores.
Em entrevista Agência Brasil, o coordenador-geral de Estudos, Previsão e Análise da Secretaria da Receita Federal, Marcelo Lettieri, afirmara que "a secretária [da Receita, Lina Vieira] sempre quis ouvir todos tanto trabalhadores quanto empresários."
O encontro com a CUT não foi divulgado à imprensa, embora tenha sido confirmado pela central sindical, que é a maior do país, com 3.299 entidades filiadas, 7.116.278 trabalhadoras e trabalhadores associados e 21.092.160 trabalhadoras e trabalhadores na base segundo informações divulgadas em seu site na internet.
Entre as principais medidas adotadas pelo governo para combater a crise estão o estímulo construção civil, que inclui o programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida", com o objetivo de construir 1 milhão de moradias populares; a redução do Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos pelo segundo trimestre consecutivo e de material de construção, a introdução de duas novas alíquotas do Imposto de Renda (7,5% e 22,5% ) para o contribuinte pessoa física, a redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de operações de crédito e mais recurso para os municípios.
Depois do agravamento da crise financeira internacional, o Banco Central também liberou depósitos compulsórios, dinheiro que os bancos são obrigados a deixar depositado no BC, para ampliar a liquidez (recursos disponíveis no mercado), além de ter atuado no mercado de câmbio.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu ainda que os bancos poderão oferecer certificados de depósito bancário (CDBs) com garantias especiais aos clientes. Esses CDBs terão garantia de até R$ 20 milhões por pessoa (jurídica ou física), em cada instituição.