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Comércio internacional

Na Rússia, Lula acredita em disposição dos ricos para acordo na OMC

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo que considerou um "passo importante" o fato de os líderes do G8 terem fixado um prazo de 30 dias para que sejam destravadas as negociações da chamada Rodada de Doha dentro da Organização Mundial do Comério (OMC). Afirmou ainda que o importante é que isso fique claro no encontro ampliado desta segunda-feira entre o G8 e os seis países em desenvolvimento convidados para o encontro.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, também considerou a fixação de um prazo um sinal positivo. Vários diplomatas admitiram que as primeiras informações sobre o documento não incluiam esse ponto. Na declaração divulgada ontem, os países do G8 ( EUA, Rússia, França, Inglaterra, Alemanha, Japão, Canada e Itália) pediram que o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, apresente o mais rápido possível um relatório da situação "para que se conclua em um mês" um pré-acordo sobre agricultura e tarifas industriais".

- Se a cúpula do G8 entende que era preciso dar 30 dias para se chegar a um acordo, significa que estão querendo fazer um acordo. Esse é um passo importante, porque havia quem dissesse até ontem que não teria flexibilização. Seja 30, 20, 10 ou 35 dias, temos que chegar a um acordo. Se o problema é mais 30 dias, não tem problema. O que quero é chegar a um acordo e o Brasil fará a sua parte - disse Lula, em entrevista em São Petersburgo, ao ser perguntado sobre a declaração do G8.

- Essa decisão do G8 dá sentido de urgência e sensação de realismo à questão. É bom sinal de que há disposição. Negativo seria ter um adiamento por 6 meses. E fixar um prazo de 5 dias, seria irrealista - acrescentou o ministro Celso Amorim.

Lula disse que continua "otimista" sobre um real acordo e disse que no encontro de hoje poderá haver avanços, apesar de o G8 já ter antecipado ontem sua posição.

- O que precisamos é dar a ordem de que queremos um acordo. Há um documento do G8 e um documento nosso. Amanhã (hoje), vamos confrontar os dois documentos e é possível que saia uma coisa diferente. Afinal de contas, não representamos qualquer gente nessa negociação - disse Lula.

Lula citou o encontro preparatório que teve ontem com os chefes de Estado da Índia, África do Sul, China, México e Congo, convidados especiais do G8 para discutir uma posição na reunião de amanhã. A questão é que o documento do G8 já adiantou posição sobre assuntos como a OMC.

- É só ver o que representam os países que participaram da nossa reunião de hoje (ontem). Embora não tenhamos a quantidade de dinheiro que gostaríamos de ter, temos a quantidade de gente e eles sabem que tem importância na negociação - disse Lula.

O Brasil vem sendo pressionado a flexibilizar nos setores industrial e de serviços.

- Não estou pensando numa categoria de empresários em especial. Estou pensando no Brasil e no futuro do comércio mundial. Em negociação você está sempre com uma carta principal no bolso colete para você jogar nos momentos decisivos. O Brasil tem o seu número, mas não vamos colocar primeiro. O Brasil tem total decisão de flexibilizar para que tenha um acordo e é isso que queremos convencer alguns líderes - afirmou o presidente Lula, reiterando que o problema agora é político e não de decisão econômica:

- Então é preciso que as pessoas não se preocupem com apenas o público interno de cada país ou na questão dos eleitores. Precisamos ter em conta que desse acordo quem precisa sair ganhando são os países mais pobres.

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