Em sua última reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, formado pelos diretores e pelo presidente da instituição, decidiu manter novamente a taxa básica de juros inalterada em 8,75% ao ano.
Essa foi a terceira manutenção consecutiva da taxa Selic, que está neste patamar desde 22 julho deste ano. A decisão de manter os juros mais uma vez foi unânime e sem viés, de modo que a taxa deve permanecer em 8,75% ao ano até a próxima reunião do Copom - marcada para 26 e 27 de janeiro.
Além de ser a última reunião deste ano, também foi o primeiro encontro que contou com a participação do novo diretor de Política Monetária da instituição, Aldo Luiz Mendes. Ele entrou no lugar de Mário Torós, que deixou o BC após revelar, em entrevista, detalhes sobre a atuação da autoridade monetária durante a crise financeira.
Mínima histórica e Juros reais
Mesmo com a manutenção dos juros nesta quarta-feira (9) pela terceira reunião consecutiva, a taxa Selic permanece no patamar mais baixo da série histórica do Copom, que tem início em 1996.
Entretanto, com a decisão, o Brasil galgou duas posições no ranking mundial de juros reais - que são contabilizados após o abatimento da inflação. Em outubro, na reunião anterior do Copom, segundo a consultoria Uptrend, o país estava na quarta colocação.
Neste mês, porém, com juros reais de 4,2% ao ano, o Brasil já aparece na segunda colocação, sendo superado somente pela China (5,8% ao ano). Esse fator pode contribuir para aumentar o ingresso de recursos no país em busca de rendimentos melhores.
Expectativa do mercado
A manutenção dos juros confirmou a expectativa dos analistas do mercado financeiro. A projeção dos economistas é de que os juros permanecerão neste mesmo patamar, pelo menos, até junho de 2010. Após junho, a previsão do mercado é de que o Copom eleve a taxa para 10,63% ao ano até o fim do ano que vem.
A perspectiva dos economistas de aumentos de juros maiores em 2010 passou a acontecer após a divulgação do relatório de inflação do terceiro trimestre pelo BC, ocorrida no fim de setembro. No documento, a autoridade monetária prevê um aumento da inflação em 2010 e 2011, impulsionado pelos gastos públicos.
Sistema de metas
No Brasil, vigora o sistema de metas de inflação, pelo qual o Copom tem de calibrar a taxa de juros para atingir uma meta pré-determinada com base no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Ao subir os juros, atua para conter a inflação e, ao baixá-los, avalia que a inflação está condizente com as metas.
Para este ano, 2010 e 2011, a meta central de inflação é de 4,50%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Com isso, o IPCA pode ficar entre 2,50% e 6,50% sem que a meta seja formalmente descumprida.
O mercado prevê, atualmente, um IPCA de 4,26%, de 4,48% e de 4,50% para 2009, 2010 e 2011. Deste modo, ainda em linha com a meta central de 4,50% estabelecida pelo governo federal. Já o BC prevê, no "cenário de mercado", um IPCA de 4,2% para este ano e de 4,4% para 2010. Entretanto, em doze meses até o terceiro trimestre de 2011, a estimativa sobe para 4,6%.
- Em dia de decisão sobre juros, dólar fecha em alta de 0,73%
- Bovespa fecha em alta e volta a superar marca de 68 mil pontos
- CCJ do Senado aprova projeto que dá autonomia ao Banco Central
- Brasil e Argentina iniciam estudo para reduzir barreiras
- Renault lançará no Brasil utilitário Duster em 2011
- Kraft Foods Brasil abrirá seleção para 6 mil vagas temporárias para a Páscoa
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast