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Não é necessário que o Brasil apresente uma meta formal de redução de emissão de gases na reunião de mudanças climáticas em Copenhague, na Dinamarca, marcada para dezembro, afirmou nesta quinta-feira (5) o diretor-executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Fernandes.

"Não é uma questão crítica para o processo negociador. Seria mais para mostrar seu ativismo. As metas serão importantes em um período pós-Copenhague", acrescentou o representante do empresariado. Acrescentou, porém, que, para o país, seria importante levar, ao menos, uma meta de redução de desmatamento.

O diretor-executivo da CNI afirmou que há "pressão" por parte de outros países, para que o Brasil estabeleça sua meta, por uma questão de "competição" comercial. "Nós temos uma matriz muito mais limpa do que o mundo e os BRIC's [Índia, China e Rússia]", disse.

Posição do governo

O governo decidiu que só divulgará o plano brasileiro de redução da emissão de CO2 no próximo dia 14. A proposta do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, é que o país reduza em 40% a emissão de CO2 até 2020.

Até o momento, integrantes do governo falam na redução do desmatamento da Amazônia em 80% até 2020, o que asseguraria a obtenção de metade da meta de 40% de redução da emissão de CO2.

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse, na terça-feira (3), que os estudos do governo levam em conta cenários de crescimento anual de 4%, 5% e 6%. "Em todos os cenários, nós pudemos perceber que há como atingir as metas", disse ela.

Mais discussão

José Augusto Fernandes, da CNI, acrescentou, porém, que não é possível dizer, com as informações disponíveis, se o país poderia manter uma taxa de crescimento acima de 4% nos próximos anos caso a meta de 40% de redução de CO2 até 2020 seja estabelecida.

O representante do empresariado defendeu um diálogo maior por parte do governo antes do estabelecimento de uma eventual meta. Segundo ele, a proposta do governo, por exemplo, de replantio, nos próximos oito anos, pelo setor siderúrgico, de toda a madeira usada para colocar carvão vegetal nos fornos, teria de ser debatida.

"É viável isso? Quais são as restrições tecnológicas? Essas discussões têm de ser feitas com as partes", disse. Segundo ele, o governo deveria adotar estratégias que tenham como referência o custo-benefício.

"Vamos primeiro enfrentar toda agenda onde o custo é mais baixo", disse José Augusto Fernandes, da CNI, lembrando que o Brasil possui "patrimônio ambiental, matriz energética limpa e potencial de bioenergia (etanol e biodíesel)".

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