| Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

É comum que um ministro tente inspirar otimismo entre cidadãos e empresários. Mas o titular da pasta do Trabalho, Manoel Dias, vai além. Em sucessivas declarações nos últimos meses, ele tem defendido que a crise econômica não existe; ela seria, na verdade, uma invenção da oposição e da imprensa para desestabilizar o governo.

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Sobre as demissões no mercado formal – 244 mil postos de trabalho foram fechados no país de janeiro a maio, 116 mil apenas no mês passado –, Dias argumenta que elas são fruto do clima pessimista criado por quem discorda do governo. No começo do mês, por exemplo, ele disse o seguinte: “Não tem crise. Nós temos dificuldades, ajustes. A crise é política. Tentam criar uma crise política”.

Confira abaixo uma seleção de declarações do ministro e veja se você concorda com ele:

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Eu sou sempre otimista e não acho que está tão ruim quanto querem. Há uma campanha deliberada da grande mídia de oposição, que cria um ambiente de dúvida acumulado com essa corrupção que está sendo desvendada.

Em 9 de fevereiro, em análise sobre a economia e a Operação Lava Jato

A crise é mundial, não é uma exclusividade do Brasil. E o governo está tomando providências para recuperar o emprego, sem prejuízo de investimentos nos programas sociais. Vivendo momentos de dificuldade, mas não [estamos] diminuindo o número de empregos. No ano passado, geramos mais 400 mil empregos e esperamos, para maio e junho, a retomada do número de postos de trabalho.

Em 9 de março, ao comentar que as 81.774 demissões de janeiro, as mais fortes para o mês desde o início da série histórica, foram resultado de uma situação “atípica”

Essa onda afeta as pessoas, mas com essa onda de que o Brasil vai acabar, ele posterga, o mesmo vale para quem ia comprar um apartamento e isso também afeta o empresário.

Em 18 de março, ao comentar a extinção de 2.415 vagas formais no mês anterior

Apesar de toda a dificuldade, diante do momento em que vivemos e um discurso de que nós estaríamos vivendo momento difícil, o Caged mostra recuperação. (...) Tivemos um janeiro negativo, um fevereiro que estabilizou e março já geramos emprego. A expectativa é de um abril ainda melhor.

Em 23 de abril, ao anunciar a geração de 19.282 empregos em todo o país no mês anterior, o único número positivo de 2015 até agora
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O trabalhador votou errado, porque não tinha consciência política e ideológica de que cada um tem o seu lado.

Em 30 de março, ao apontar que a classe trabalhadora perdeu 45% de sua representação no Congresso após as eleições de 2014

Quem pretende empreender, desiste e não contrata, o que se reflete no mercado de trabalho.

Em 22 de maio, ao anunciar o corte de 97.828 postos formais de trabalho em abril. Segundo ele, a crise política é que teria gerado um problema econômico

Quem está em crise hoje é o mundo. Não somos nós.

Em 8 de junho, sobre a suposta crise econômica

Há um discurso pessimista e que assusta a população. Porque a crise política é que afeta a econômica. As pessoas se assustam e postergam às vezes a compra de um carro, de um apartamento. Não tem crise. Nós temos dificuldades, ajustes. A crise é política. Tentam criar uma crise política.

Em 8 de junho, ao comentar o que classifica de discurso da “oposição inconformada”

Um país que criou 23 milhões de empregos, se fecha 200, 300 [mil], não é nada. Estão fazendo uma campanha pessimista, dizendo que o país acabou.

Em 16 de junho, a respeito do fechamento de postos de trabalho
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