O cliente que foi até uma concessionária para comprar o seu carro novo ainda não verificou nenhuma mudança nas regras de financiamento, mesmo com a retirada de parte das medidas implantadas para conter o avanço do crédito. O diretor da Fenabrave no Paraná, Luís Antonio Sebben, diz que segue tudo igual. "Não sei até que ponto os bancos estão dispostos a mudar suas regras em um cenário como esse. Por enquanto não houve alterações nos planos. No ano passado, as restrições tiveram efeito imediato. Mas a flexibilização, não", afirma.
De acordo com Sebben, a entidade manteve a projeção anterior de um crescimento das vendas de Natal de 8% em relação ao mesmo período do ano passado. No ano, as vendas devem crescer 5%. Parte desse crescimento deve vir de uma procura maior por carros importados que, depois de dezembro, terão IPI reajustado em 30%. "Mas não deveremos ter uma corrida como a que vimos quando a medida foi anunciada pelo governo", diz.
Atualmente a média de prazo de financiamento do mercado é de 42 meses. Antes das medidas macroprudenciais, variava de 50 a 56 meses. De maneira geral, os bancos estão mais seletivos na concessão do crédito, sobretudo para quem já compromete a renda com financiamentos "pesados", como o da compra da casa própria. Com a saída dos bancos pequenos e médios do mercado, grandes bancos, com padrões mais conservadores de concessão de crédito, passaram a concentrar boa parte dos negócios de financiamento de veículos no país.
Mais endividado e preocupado com o cenário internacional, o consumidor também está revendo os planos de compra de automóvel, o que contribuiu com o fraco desempenho em outubro, quando as vendas de automóveis e comerciais leves no estado caíram 6,13% em relação a setembro. Em relação ao mesmo período do ano passado, as vendas diminuíram 4,97%.
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