A Natura pretende acelerar o ritmo de investimentos a partir de 2010, sem promover mudanças significativas em seu nível de alavancagem.

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De acordo com o vice-presidente de Finanças e Jurídico da companhia, Roberto Pedote, a alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda estava em 0,4 vez no terceiro trimestre e deverá permanecer perto do mesmo nível.

"Não mudamos o conceito de balanço desalavancado. Pode haver alguma mudança, mas não para muito mais do que isso", disse em teleconferência com jornalistas nesta quinta-feira, para comentar o desempenho da Natura no terceiro trimestre.

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Em 2009, os investimentos da companhia devem totalizar 140 milhões de dólares, cifra que certamente será superada nos próximos anos, segundo Pedote. O orçamento para o ano que vem ainda não foi aprovado.

Na quarta-feira, a companhia anunciou que seu Conselho aprovou a emissão de 350 milhões de reais em debêntures que, segundo Pedote, serão utilizados para rolagem de dívida de curto prazo.

Ainda em 2009, os principais acionistas da companhia levantaram cerca de 1,5 bilhão de reais em uma oferta secundária --nesse caso, os recursos não vão para o caixa da empresa.

"Temos um balanço muito compatível para uma nova etapa de crescimento", afirmou.

A aceleração do ritmo de investimentos da Natura está relacionada à implantação de um novo modelo de produção e distribuição da companhia, que está em estudo.

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"Esse modelo que temos, centrado em Cajamar (SP), não é o mais adequado, nem do ponto de vista ambiental", justificou Pedote.

O novo modelo, acrescentou, poderá incluir uma fábrica própria em outra localidade, incluindo território estrangeiro, ou ainda parcerias e terceirização. "No primeiro trimestre (de 2010) deveremos ter mais claro um novo modelo de produção."

Na quarta-feira à noite, a Natura anunciou lucro líquido de 190,2 milhões de reais no terceiro trimestre, resultado que se compara ao ganho de 159,7 milhões de reais um ano antes.

A receita líquida trimestral da companhia totalizou 1,05 bilhão de reais, com crescimento de 15,9 por cento ante os 909,9 milhões de reais verificados de julho a setembro de 2008.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) totalizou 272,1 milhões de reais, contra 238,5 milhões de reais um ano atrás. Desta forma, a margem Ebitda da empresa ficou em 25,8 por cento no intervalo e alcançou 24,1 por cento no acumulado de nove meses.

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"Demos uma estimativa de margem Ebitda de no mínimo 23 por cento para 2008, 2009 e 2010 que está se confirmando", comentou.

Segundo Pedote, a companhia não pretende alterar a previsão sobre margens, apesar da recuperação da economia, uma vez que o mercado brasileiro seguirá bastante disputado.

Internacionalização

Em relação às operações internacionais, que no terceiro trimestre responderam por 7,2 por cento da receita líquida consolidada da Natura, o executivo informou que a expectativa é de aumento da parcela nos resultados. "Queremos que (a operação internacional) tenha uma fatia maior. Talvez em 4 ou 5 anos, ela possa dobrar. Mas os negócios domésticos também vão crescer."

No acumulado do ano até setembro, as operações na Argentina, Chile e Peru já apresentavam Ebitda positivo, de 9,5 milhões de reais. Na Colômbia e no México, incluindo Venezuela, cuja unidade foi encerrada em junho, o Ebitda em nove meses, contudo, está negativo em 32 milhões de reais. "Devemos levar algum tempo ainda para reverter isso", afirmou Pedote.

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As ações da Natura registravam queda de 2,13 por cento às 12h05, a 32,68 reais. No mesmo horário, o Ibovespa tinha oscilação positiva de 0,09 por cento.