As negociações em torno da venda da Varig continuaram nesta quinta-feira de feriado. O diretor da consultoria Avarez e Marsal, Marcelo Gomes, disse, ao deixar a sede da Varig, no Rio, que a companhia aérea aguarda, para breve, a entrada de US$ 75 milhões no caixa como a primeira parte do pagamento da NV Participações - ligada à associação Trabalhadores Grupo Varig (TGV) - única empresa a fazer oferta no leilão da semana passada. Segundo Marcelo Gomes, as NV estaria prestes a fechar um acordo com o empresário José Carlos Rocha Lima, ex-presidente da Varig Log e atual presidente da Syn Logística, que estaria associado à Fontidec Brasil Investimento. A assessoria da TGV e da NV, no entanto, informou que o grupo negocia uma parceria financeira não só com Rocha Lima, mas com outros quatro investidores, cujos nomes não foram revelados.
Milhas
O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, sinalizou na quarta-feira que o órgão regulador não incluirá o programa de milhagens da Varig no plano de emergência a ser adotado no caso de parada das atividades da companhia. Segundo ele, milhagem não é passagem, e sim brinde. A Anac já tem pronto um plano de contingência, acertado com outras empresas aéreas, para garantir o transporte dos passageiros que tenham comprado bilhetes da companhia.
- Milhagem é um contrato entre as partes (entre o usuário e a empresa) - afirmou Zuanazzi, acrescentando que esse contrato somente tem validade enquanto a companhia estiver em atividade.
Segurança de vôo
O diretor-presidente da Anac revelou que motivos de segurança provocaram o cancelamento de muitos vôos da Varig nos últimos dias. De sábado até a manhã desta quinta-feira, a Varig cancelou mais de 85 vôos, incluindo algumas rotas internacionais. A Anac garante, no entanto, que todos os aparelhos da companhia que são autorizados a voar estão em boas condições de vôo.
- Nós temos uma fiscalização absoluta. Não pode voar se não está segura - afirmou Zuanazzi.
Horas depois, a Varig divulgou nota rebatendo as informações do diretor-presidente da Anac e negando que seu vôos tivessem problemas de segurança.
Na seqüência, a Anac também divulgou nota de esclarecimento.
Passageiros no exterior
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, garantiu, na quarta-feira, que os passageiros da Varig que estão no exterior terão como voltar para casa.
Novo adiamento e possíveis interessados
O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara empresarial do Rio, adiou por tempo indeterminado a decisão sobre a venda da Varig para a NV Participações, ligada à associação Trabalhadores Grupo Varig. Foi o quarto adiamento. O juiz havia dado prazo até o meio-dia de quarta para que a única empresa a apresentar proposta no leilão prestasse esclarecimentos sobre a origem dos recursos para o pagamento.
A assessoria de imprensa do Tribunal disse que, no momento, os investidores interessados em participar da compra da Varig só podem fazê-lo por meio de uma associação com a NV Participações, já que o grupo foi o único a apresentar proposta no leilão e teve homologação parcial por parte do juiz.
Além da NV e do empresário José Rocha Lima, há informações de que a TAP - junto com Air Canada, Brascan e o fundo Brookfield - e a empresa de capital canadense Market Street Holding Company também estariam negociando a compra da empresa aérea.
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