O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que ninguém precisa temer uma onda de estatização de bancos no Brasil. Para Lula, a exemplo do que está ocorrendo na Inglaterra, na União Européia e nos Estados Unidos, não será dado dinheiro público para as instituições financeiras. "Ninguém pretende estatizar banco. Agora, ninguém vai dar dinheiro para banco. Portanto, nós emprestamos com garantia, comprando ações e depois revendendo-as para o próprio banco, quando ele tiver se recuperado", disse Lula após votar no Colégio Estadual João Fermino, em São Bernardo do Campo.

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Lula anunciou também que fará hoje, em São Paulo, uma reunião com Mantega e Meirelles para definir quais setores econômicos ainda estão necessitando de crédito. Apesar das críticas a quem "quis transformar a economia em jogatina", Lula procurou não condenar o sistema financeiro. "Sabemos da importância do setor financeiro. Então, se for preciso irrigar o crédito, pode ter certeza que vamos irrigar, porque queremos que a economia brasileira continue crescendo, para que o povo brasileiro tenha possibilidade de emprego e de consumir."

Esclarecimentos

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O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem estar disposto a "prestar todo o esclarecimento necessário sobre qualquer medida’’ adotada para manter a economia brasileira funcionando sem sofrer "efeitos exagerados’’ da crise internacional. Segundo ele, o trabalho do BC para conter o avanço da crise tem sido ininterrupto. Meirelles acrescentou que as ações estão sendo tomadas a tempo e quase sempre têm função preventiva. "Muitas vezes, as medidas não são facilmente entendíveis no momento, mas com o passar do tempo podem se revelar necessárias’’, disse, depois de ter votado em Anápolis (GO) e revelar que escolheu o candidato do PT, Antonio Gomide.

Meirelles e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foram criticados no Congresso por não terem anunciado que o governo preparava a MP 443, que autorizou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a comprarem empresas financeiras em dificuldades.