Com a aceleração da produção industrial, o nível de emprego cresceu 0,7% em julho em relação a junho, o maior aumento na evolução mensal desde maio de 2004, quando a criação de emprego havia crescido 1%. Na comparação com julho do ano passado, o nível de ocupação cresceu 2,8%, perfazendo uma seqüência de 25 resultados positivos na comparação anual. Até julho, o emprego industrial acumula alta de 2,8% no ano, e de 2,9% nos últimos 12 meses.
"A indústria mostrava estabilidade em patamar elevado no mercado de trabalho e, agora, registra aceleração no emprego, que responde a um ritmo mais forte do setor", afirmou a economista Isabella Nunes, da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de vagas cresceu em 11 das 14 áreas pesquisadas em julho em relação ao mesmo mês do ano passado, com destaque para São Paulo (4,3%), Minas Gerais (6,6%) e regiões Norte e Centro-Oeste (2,8%). Por outro lado, foram observadas reduções em Pernambuco (-4,4%), Santa Catarina (-1,1%) e região Nordeste (-0,3%).
Na mesma base de comparação, o pessoal empregado aumentou em 13 dos 18 setores da economia, especialmente em indústrias de máquinas e equipamentos (12,3%), meios de transporte (9,6%), máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (11,6%) e produtos químicos (11,1%). Na direção contrária, as contribuições negativas mais significativas vieram das fábricas de calçados e artigos de couro (-9,8%), vestuário (-4,7%), têxtil (-6,2%) e madeira (-8,2%).
Isabella observou que, além dos setores que vêm puxando a ocupação industrial, mas não estão entre os mais empregadores - como máquinas e equipamentos e veículos automotores - em julho houve destaque também para a atividade de minerais não metálicos (vinculada à construção civil), intensiva em mão-de-obra e que ajudou a acelerar os resultados do mercado de trabalho da indústria.
Folha de pagamento
O valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria aumentou 1,3% em julho em comparação a junho, no terceiro mês consecutivo de aumento. Na comparação com julho do ano passado, o resultado também é positivo, com alta de 6,9%. Com esses resultados, no acumulado do ano de janeiro a julho, o valor da folha de pagamento registra alta de 6,6% e, nos últimos 12 meses até julho, a alta é de 6,4%.
Segundo Isabella, os dados do número de horas pagas em julho, com aumento de 0,9% ante junho e de 2,7% ante igual mês do ano passado, podem configurar uma tendência de "aumento de estoque de pessoal mais a frente", mas só os dados dos próximos meses poderão confirmar essa perspectiva.
No que diz respeito aos aumentos na folha de pagamento real do setor, Isabella explicou que os segmentos que mais estão contratando são também os que pagam os maiores salários, o que acaba influenciando positivamente os dados da massa salarial do setor.