A produção industrial no Brasil manteve a tendência de crescimento em novembro e alcançou seu nível mais alto em dois anos, de acordo com o Índice Gerente de Compras (PMI) que o HSBC Bank divulgou ontem. No mês passado, o indicador da instituição, sazonalmente ajustado e feito em parceria com a empresa de serviços globais sobre informações financeiras Markit, atingiu 55,5 pontos ante os 53,7 pontos alcançados em outubro. O HSBC enfatizou também que a leitura mais recente ficou acima da média para as séries até setembro de 2008, anterior à retração recente causada pelas crise financeira global.
De acordo com o levantamento, os dados de novembro indicaram que o crescimento da demanda básica teve origem principalmente no mercado interno, com os novos pedidos de exportação mantendo-se basicamente inalterados durante o mês. As empresas consultadas na pesquisa atribuíram a melhora da demanda interna às condições econômicas melhores no Brasil, mas o texto da pesquisa do HSBC também trouxe a informação de que "depoimentos informais" dos consultados sugeriram que a demanda vinda do exterior enfraqueceu principalmente como resultado do fortalecimento do real e das difíceis condições de negócios nos mercados de exportação.
A pesquisa também destacou que a "sequência expansionista" no nível de emprego se estendeu para três meses em novembro, como resultado do crescimento das necessidades da produção. Desta maneira, captou que os fabricantes brasileiros contrataram funcionários num ritmo robusto, o mais rápido desde julho de 2008.
Para dezembro, o economista-chefe do HSBC André Loes avaliou que a tendência para a produção nacional é de manutenção do cenário observado em novembro. "Tendo em vista os níveis mais baixos de estoques e a confiança forte do consumidor ao nos aproximarmos do período de Natal, é razoável se esperar que o setor continue a expandir-se fortemente em dezembro também", afirmou.