Pela 1.ª vez, BCE compra títulos de Itália e Espanha
O Banco Central Europeu (BCE) comprou bônus dos governos da Itália e Espanha pela primeira vez ontem, na tentativa de conter a crise da dívida soberana na zona do euro. Dois traders estimam que o banco havia comprado entre 4,5 bilhões e 5 bilhões de euros até meados da tarde na Europa, com foco nos títulos italianos.
As compras realizadas pelo BCE provocaram forte recuo nos spreads (diferença em relação ao juro cobrado dos títulos alemães) dos bônus italianos e espanhóis. Ambos caíram para menos de 6%, nível que haviam atingido no mês passado e que é tido por analistas como "insustentável".
De acordo com outro trader, além das aquisições do BCE, bancos centrais de alguns países da zona do euro continuaram a comprar bônus de governos da região.
França
Carol Sirou, diretora da Standard & Poors na França, afirmou que não há preocupação com a solvência do país, que atualmente tem rating AAA, com perspectiva estável. A declaração foi uma resposta a especulações de que a França poderia ser o próximo país com essa classificação a ter sua nota de risco rebaixada. (AE)
Aumentam chances de QE3, mas não agora
Nova York - As chances de o Federal Reserve (Fed) resolver adotar uma terceira rodada de alívio quantitativo (ou QE3, na sigla em inglês), aumentaram desde sexta-feira, mas ainda não deve ser hoje que o banco central americano anunciará um novo programa, avaliam economistas ouvidos pela reportagem em Nova York. No entanto, será importante que o Fed sinalize que está pronto para agir para não deixar os mercados ainda mais nervosos. Além disso, o Fed pode decidir, por enquanto, estender o prazo dos títulos da dívida que detém. O Comitê de Mercado Aberto do Fed (Fomc, na sigla em inglês) se reúne hoje.
Até a semana passada, analistas viam como muito pequenas as chances de um QE3, mas o cenário mudou com o rebaixamento do rating dos EUA. O diretor para EUA do Barclays Capital, Michael Gapen, ex-economista do FMI, afirma que, em vez de adotar imediatamente um QE3, o Fed poderá optar por outros passos primeiro, como mudar o modo como reinveste o seu portfólio, estendendo o prazo dos títulos. O último programa de alívio quantitativo, o QE2, terminou em junho, após o Fed comprar US$ 600 bilhões em títulos da dívida de longo prazo durante oito meses, numa tentativa de dar mais liquidez ao mercado e estimular a economia. (AE)
O dia nos mercados financeiros foi de fortes quedas, como previsto por analistas desde a sexta-feira, na primeira sessão após a decisão da agência Standard & Poors de rebaixar a nota de crédito dos Estados Unidos. No Brasil, a BM&F Bovespa teve a maior queda desde outubro de 2008. Nos EUA, o índice Dow Jones registrou a pior desvalorização desde dezembro do mesmo ano.
O dia foi marcado pela fuga dos investidores para ativos considerados mais seguros, como o ouro e até mesmo os agora rebaixados títulos da dívida norte-americana. Nos Estados Unidos, o Dow Jones teve queda de 5,5%, para 10.809 pontos foi a primeira vez que o índice caiu abaixo de 11 mil pontos desde novembro de 2010. Na Europa e na Ásia, as principais bolsas encerraram o dia com perdas entre 2% e 5%.
Entre as principais bolsas do planeta, a queda mais forte foi justamente a da brasileira, em razão de sua elevada liquidez e de sua dependência de commodities, produtos que são menos consumidos em tempos de desaceleração econômica global. No fechamento, a Bovespa despencou 8,08%, o pior tombo desde 22 de outubro de 2008 (-10,18%), quando o "circuit breaker" interrupção forçada dos negócios foi acionado pela última vez.
Ao fechar em 48.668 pontos, a bolsa brasileira atingiu o menor nível desde 30 de abril de 2009. Na mínima da sessão, o Ibovespa chegou a registrar baixa de 9,74%. No mês de agosto, a desvalorização acumulada chega a 17,26% e, em 2011, a praticamente 30%.
Nervosismo
A mudança na nota dos EUA não representou uma total surpresa, mas foi anunciada em um momento em que os investidores já estavam nervosos com a fraca recuperação do país, os problemas de endividamento na Europa e o ritmo da economia do Japão.
A queda nas bolsas começou na Ásia. A Bolsa de Seul fechou o pregão com baixa de 3,82%, e a de Tóquio, em queda de 2,18%. Os mercados europeus abriram mais tarde e também caíram, com Londres em baixa de 3,39% e Frankfurt com queda de 5,02%.
Segurança
As memórias da crise financeira de 2008 levaram os investidores a sair dos investimentos de risco e buscar aqueles considerados seguros. O ouro, que os investidores tradicionalmente procuram quando querem um investimento seguro, subiu acima de US$ 1,7 mil a onça (31,1 gramas) pela primeira vez na história nesta segunda. O preço do metal subiu 4,20%, para US$ 1.718. Considerados os ajustes de inflação, no entanto, o preço continua abaixo do recorde de 1980.
"Sempre seremos uma nação AAA", diz Obama
O presidente dos EUA, Barack Obama, criticou ontem a decisão da S&P de rebaixar a nota da dívida americana de AAA para AA+. "Não importa o que uma agência pode dizer, nós sempre fomos e sempre seremos uma nação AAA. Apesar de todas as crises que passamos, temos as melhoras universidades, as melhores empresas, e os mais inventivos empreendedores", disse Obama. O presidente afirmou ainda que, apesar da redução da nota americana, os mercados ainda acreditam no crédito americano e que os EUA continuam um país seguro para os investidores.
O megainvestidor Warren Buffett, dono de uma fortuna superior a US$ 50 bilhões, concorda com Obama. Ele disse ontem que não tem dúvidas de que os títulos americanos ainda são "triplo A" e também criticou o rebaixamento. "Eu não sonharia em aplicar em nenhum outro lugar", disse Buffett, complementando que o Berkshire, seu fundo de investimentos, ainda está comprando os títulos americanos, mesmo que os juros tenham caído consideravelmente.
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