Os planos ferroviários no Paraná ainda estão em estudo. Curitiba pretende construir sua primeira linha de metrô, no eixo Norte-Sul, até a Copa de 2014. No momento, estão sendo colhidas informações para o projeto de engenharia – os recursos seriam garantidos pelo governo federal. No transporte de cargas, o estado tenta há anos corrigir seu principal gargalo, a ligação entre Guarapuava e a região de Ponta Grossa. Chegou a ser prevista no PAC a construção da linha Guarapuava-Ipiranga, mas a Ferroeste apresentou uma outra alternativa, atualmente em análise.

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"A Copa terá um papel importante para tirar do papel o metrô e o contorno ferroviário de Curitiba, que é outra demanda antiga", diz Paulo Ceschin, coordenador do conselho temático de infraestrutura da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). "Precisamos agora acelerar uma solução para o gargalo no setor de cargas. A ferrovia é o meio mais barato que existe e sua expansão aumenta a competitividade de nossos produtos", coloca.

O projeto da Ferroeste prevê a construção de um ramal de Guarapuava até Paranaguá e a continuação da linha de Cascavel até Maracaju, no Mato Grosso do Sul – trecho previsto do PAC, mas ainda sem recursos para construção. "Esse traçado é a melhor solução para reduzir o tempo do transporte. Só tem um grande problema, que é o licenciamento ambiental para o trecho na Serra do Mar", afirma Emílio Hoffman Gomes, coordenador do banco de ideias do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP).

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Utilização

Além de investimentos em novas linhas, o setor ferroviário pode ser sacudido por medidas que melhorem a utilização da malha. Recentemente, o diretor geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, disse que pretende rever as metas estabelecidas nos contratos de concessão porque as empresas concentram suas atividades em pouco mais de 10 mil quilômetros dos 29 mil quilômetros concedidos. Essa subutilização seria revertida com o direito de passagem para outros operadores.

"As ferrovias beneficiam pouco as médias empresas. Vários ramais podem ser ampliados e trechos melhor utilizados se houver uma política pública para isso", diz Paulo Ceschin, da Fiep. Para Paulo Fleury, do Ilos, a falta de um direito de passagem amplo é um limitador importante para a ampliação do uso das ferrovias. "O sistema previsto nas concessões não funciona", reforça. Hoje os trens transportam cerca de 25% da produção brasileira, contra 43% nos Estados Unidos.