A marca Nokia está prestes a voltar para o mercado de smartphones, dois anos depois da companhia finlandesa vender seu negócio de celulares e sair de cena, derrotada pela Apple e Samsung.
A companhia anunciou nesta quarta-feira (18) que vai licenciar sua marca para a HMD, companhia sediada em Helsinki (capital da Finlândia) e administrada por ex-executivos da Nokia, que querem lançar novos celulares e tablets. A Nokia não vai ter uma participação financeira na parceria em termos de investimento, embora deva arrecadar com o licenciamento da marca e da sua propriedade intelectual.
O negócio está ancorado em uma aposta de que consumidores irão se lembrar e valorizar uma marca que quase desapareceu após a venda da divisão de celulares da Nokia para a Microsoft, em 2014. Agora, a Nokia, que chegou a liderar no passado as vendas de celulares em todo o mundo, tem uma segunda chance, livre de riscos financeiros, de tentar ser relevante em um mercado que foi tomado pelos iPhones da Apple e os smartphones com Android, do Google, lançados em 2007.
“Vai ser preciso mais do que uma marca bem conhecida neste mercado tão competitivo”, diz Annette Zimmermann, analista da empresa de pesquisas Gartner na Alemanha. “Sacudir este mercado e oferecer algo que impressione os consumidores em um negócio tão versátil será difícil”, completa.
Nesta quarta-feira, após o anúncio, as ações da Nokia avançavam 2,4% a 4,65 euros.
Por trás do negócio
A HMD é financiada por um grupo de investidores internacionais de private-equity por meio de um fundo chamado Smart Connect LP, além de receber dinheiro de seus próprios administradores. A parceria com a Nokia será conduzida por Arto Nummela, um antigo gerente da Nokia e atual diretor da divisão de dispositivos móveis da Microsoft para a Ásia, Oriente Médio e África. Florian Seiche, que também é um ex-executivo da Nokia e trabalha atualmente na Microsoft, será o presidente da HMD.
O novo negócio trará smartphones rodando Android e também deve contar com o lançamento de tablets e feature phones (celulares convencionais, mais baratos). A FIH Mobile, pertencente à fabricante de componentes Foxconn, vai ajudar a desenvolver os aparelhos.
Na prática, a empreitada não será fácil. A Nokia e a HMD vão ter que achar uma brecha em um mercado dominado pela Samsung, Apple e Huawei, responsáveis por cerca de metade dos 334 milhões de celulares vendidos no primeiro trimestre, de acordo com uma pesquisa da IDC.
Ao mesmo tempo, a parceria também marca a saída da Microsoft do negócio de celulares de baixo custo. Como parte das tratativas anunciadas nesta quarta-feira, a empresa está vendendo seus ativos em feature phones para a FIH e a HMD.
Idas e vindas
Quando a Nokia abandonou o negócio de celulares em 2014, a Microsoft adquiriu os direitos para usar a marca Nokia em seus smartphones por dois anos. No entanto, a gigante de tecnologia já parou de usar o nome, mesmo antes do prazo.
Desde que o negócio foi completado, a maioria das receitas da Nokia tem vindo da venda de equipamentos para redes de telecomunicações e softwares e serviços para o setor.
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