Rio de Janeiro – O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) deve divulgar no próximo dia 15 de dezembro as normas regulamentando a abertura do mercado brasileiro de resseguros para o setor privado. A previsão é que as normas entrem em vigor 120 dias após a publicação do novo regulamento no Diário Oficial quebrando o monopólio do IRB-Re Brasil Resseguros de quase 70 anos. O IRB-Re Brasil, empresa estatal controlada pelo Ministério da Fazenda, foi fundado em 1939 e tem receitas anuais em torno de R$ 3,4 bilhões, figurando na 64.ª posição entre as maiores resseguradoras do mundo. O processo de audiência pública com sugestões do mercado, foi encerrado na sexta-feira passada, segundo informações da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

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Para o coordenador de análises estratégicas do IRB-Re Brasil, Pedro Arthur Sant’Anna, deverão surgir novas oportunidades de negócios no Brasil, com a vinda de novas companhias para o país. E dependendo da regulamentação final, as mudanças serão ainda mais acentuadas. "Se for possível fazer resseguros de seguro-saúde, por exemplo, o mercado dobra de tamanho de imediato", observou. Atualmente o seguro-saúde é regulado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e abrange empresas como as cooperativas de médicos (Unimeds), Amil ou Golden Cross. Segundo a ANS há cerca de mil empresas no país que oferecem planos de saúde suplementar e esses planos não podem ser ressegurados. As atividades de seguros ficam na órbita da Susep, ligada ao Ministério da Fazenda, enquanto a ANS é vinculada ao Ministério da Saúde.

Sant’Anna prevê que as seguradoras brasileiras, que até hoje só contratavam resseguros com o IRB-Re, terão de alterar várias rotinas. "Hoje o IRB-Re assume diversos papéis que eram típicos de seguradoras. A tendência é que haja mudanças em várias rotinas, inclusive na questão de avaliação de riscos", observa. O executivo foi evasivo quanto ao impacto sobre os preços dos prêmios do resseguro. "Em princípio, se haverá mais concorrentes a teoria diz que os preços podem cair", comentou, sem avançar se essa tendência será forte já a partir do ano que vem, como prevêem outros especialistas do setor.

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Prêmios

De qualquer forma, há uma tendência de queda dos preços no mercado internacional, segundo Sant’Anna. "Houve um forte aumento nos prêmios dos resseguros a partir de 2001, mas desde o início deste ano há um movimento de queda, que poderá se acentuar no ano que vem." Segundo ele, o setor tem registrado ciclos de altas e quedas nos preços a cada quatro ou cinco anos. "Agora, a tendência é de queda."