O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o governo estuda medidas para reduzir a inadimplência no pagamento de empréstimos no país. Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o ministro afirmou que o pacote de estímulo ao crédito ajudará a reduzir o calote, mas que é possível fazer mais.
"Temos como reduzir essa inadimplência com uma nova liberação de crédito. Temos mecanismos para reestruturar essa inadimplência e estamos pensando em novas medidas que permitam isso", afirmou, sem detalhar as novas ações. Na audiência, o ministro disse ainda que, caso haja um "estresse maior" no cenário internacional, o PIB brasileiro poderá ter um crescimento 1 ponto percentual menor do que o esperado. Em sua apresentação, o ministro reduziu a projeção oficial de crescimento da economia dos 4,5% para 4%, apesar de os especialistas de mercado projetarem um número de 3,2%, segundo dados do Banco Central.
De acordo com Mantega, as medidas anunciadas na segunda-feira, juntamente com os cortes nas taxas de juros e outras ações que ainda virão, devem contribuir para estimular o crescimento econômico. O ministro ressaltou que novas medidas poderão ser tomadas, como a liberação de mais depósitos compulsórios dinheiro que os bancos têm que deixar depositado no Banco Central para aumentar o volume de crédito. "São desafios permanentes, a economia brasileira tem sempre que enfrentar esse desafio de reduzir o custo financeiro e temos que buscar sempre reduzir o custo tributário, porém em um momento de crise, esse desafio se torna mais importante. Temos ainda uma margem grande de redução que pode ser feita do custo financeiro ao consumidor brasileiro", completou.
3,4% foi o quanto subiu a disposição das famílias brasileiras para fazer compras a prazo, de acordo com levantamento da Confederação Nacional do Comércio. Segundo os responsáveis pela pesquisa, o índice reflete um maior otimismo da população, provocado pela redução nas taxas de juros.