Químicos americanos dizem ter conseguido um avanço importante na área dos biocombustíveis, transformando um tipo de açúcar de origem vegetal num líquido que tem 40% mais energia se comparado ao mesmo volume de etanol (álcool de cana).
Embora o etanol seja o único combustível automotivo produzido em grandes quantidades a partir da biomassa, há outras fontes potencialmente ricas de energia nas plantas. São as grandes cadeias de átomos chamadas de carboidratos - nas plantas, compostas por seis átomos de carbono e seis de oxigênio. Mas os motores dos carros gostam de versões menos "gordas" dessas moléculas, carregando entre cinco e 15 átomos de carbono e pouco oxigênio.
É por isso que o etanol ainda tem níveis relativamente altas de oxigênios, os quais reduzem sua densidade de energia, fazem-no evaporar com facilidade e o tornam vulnerável à contaminação com água, por meio da umidade atmosférica.
Engenheiros da Universidade de Wisconsin em Madison dizem ter conseguido achar um jeito de contornar o problema com um processo que produz o 2,5 dimetilfurano, ou DMF. Quando comparado com o mesmo volume de etanol, ele produz cerca de 40% mais energia, além de não ser solúvel em água e ser mais estável quando armazenado.
No processo de produção, relatado na edição desta semana da revista científica "Nature", determinadas enzimas (substâncias que aceleram reações químicas orgânicas) reorganizam os carboidratos das plantas numa forma altamente oxigenada de açúcar, a frutose. Depois, outras substâncias são usadas para "arrancar" os átomos de oxigênio da frutose original, até completar a produção do DMF.
Ainda há muito trabalho a ser feito antes que o novo biocombustível seja uma opção comercial viável, mas os pesquisadores dizem acreditar que ele é uma promessa importante para esse tipo de energia no futuro.
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