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Novo cronograma transforma fim do sinal analógico no país em incógnita

TVs reforçarão avisos sobre desligamento do sinal analógico. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
TVs reforçarão avisos sobre desligamento do sinal analógico. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

Prevendo dificuldades para atingir o porcentual mínimo de acesso ao sinal digital nos lares brasileiros, o governo federal adiou nesta segunda-feira (25) o cronograma de desligamento do sinal de TV analógico no país. Agora, não se sabe exatamente quando todo o processo será finalizado – inicialmente, esperava-se que a transmissão analógica deixasse de ser feita em 100% dos municípios em novembro de 2018.

O anúncio dos novos prazos ocorreu por meio de uma portaria do Ministério das Comunicações, que faz menção às datas de desligamento em quase 70 municípios, incluindo todas as capitais. Em Curitiba, a data de desligamento do sinal analógico foi adiada para 31 de janeiro de 2018 – a data original era em junho de 2017.

Segundo o documento, cidades do Oeste do Paraná terão o sinal analógico desligado em novembro de 2018. O documento, porém, não especifica quais são essas cidades e não faz menção às demais regiões do estado. O ministério afirma que novas portarias serão publicadas futuramente, especificando as datas para os outros municípios.

Na trave

O adiamento do primeiro desligamento do país, em Rio Verde, em Goiás, já havia ocorrido no final do ano passado. A previsão era que os televisores da cidade deixassem de receber o sinal analógico em 29 de novembro – agora, o desligamento no município ocorrerá em 15 de fevereiro.

A mudança ocorreu devido ao não atingimento do porcentual mínimo de lares na cidade com acesso ao sinal digital. Em todo o país, há a exigência de que 93% dos domicílios do local estejam aptos à recepção da televisão digital para que o sinal analógico seja desligado. Uma pesquisa feita uma semana antes da data do desligamento em Rio Verde mostrou que apenas 69% dos lares cumpriam a condição.

A experiência frustrada do projeto piloto deixou em alerta o Gired (grupo que acompanha a transição dos sinais e que tem representantes do governo, emissoras e operadoras de telefonia) e provocou a revisão de todo o cronograma.

Este ano, por exemplo, a única capital a passar pelo processo será Brasília, em outubro. Originalmente, São Paulo e Rio de Janeiro também deixariam de receber o sinal analógico em 2016.

Ajuste

O Ministério das Comunicações, no entanto, minimizou os entraves e defendeu que o “ajuste” no cronograma leva em consideração os grandes eventos que vão ocorrer no país até 2018 – situações que já estavam previstas quando da elaboração do primeiro calendário, em 2014.

“Teremos as eleições municipais e Olimpíadas neste ano, além de novas eleições e outra Copa em 2018. Todos esses eventos têm uma participação fundamental da TV aberta”, afirmou em nota o secretário de Comunicação Eletrônica da pasta, Roberto Martins.

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