Caso seja sancionado pela presidente Dilma Rousseff, o novo salário mínimo de R$ 724 deve representar um acréscimo de R$ 46 bilhões na economia brasileira no ano que vem, de acordo com estimativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O novo salário foi aprovado na madrugada desta quarta-feira, 18. pelo Congresso Nacional. O reajuste de 6,6% representa aumento real de 0,8%, o menor verificado nos últimos anos. Em 2013, o salário mínimo teve aumento real de 2,7% e em 2012, de 7,6%.
A presidente Dilma confirmou na manhã desta quarta-feira, em entrevista para emissoras de rádio de Pernambuco, que o novo salário mínimo, vigente a partir de 1º de janeiro de 2014, ficará entre R$ 722 e R$ 724, o que representaria uma alta de 6 5% a 6,78% sobre os R$ 678 atuais. "A regra da correção do salário mínimo depende do fechamento do PIB (Produto Interno Bruto) e da inflação, mas dá para sabermos que ficará entre R$ 722 e R$ 724. Se tivermos perto de R$ 724 arredondamos para cima damos uma força", disse. "O pessoal pode ficar satisfeito antecipadamente", completou a presidente.
A FecomercioSP ressaltou, por meio de nota, que o salário mínimo foi a mola propulsora da economia nos últimos anos - com exceção de 2013 - e isso não ocorrerá em 2014. "Por isso, o ciclo de manutenção do aumento do PIB por meio do consumo e do incremento do consumo devido a faixas emergentes de renda se esvaiu", disse. Para a entidade, o crescimento dependerá da "melhora do ambiente de negócios e do aumento do investimento para manutenção do nível de emprego no País".
13º salário
Segundo a FecomercioSP, a injeção de recursos na economia brasileira com o 13º salário de 2014 vai representar R$ 156,9 bilhões, por conta da expectativa de aumento de 2% no número de trabalhadores com remuneração vinculada ao reajuste do salário mínimo. Deste montante, cerca de R$ 32,7 bilhões deverão ser destinados a compras. No Estado de São Paulo, o pagamento do 13º salário em 2014 vai representar R$ 45,9 bilhões, sendo R$ 9,6 bilhões destinados a compras.