Foz do Iguaçu - O status de principal exportador que o Brasil ocupa no mercado paraguaio desde a década de 80 vem aos poucos se enfraquecendo, com a entrada no país dos produtos industrializados argentinos. Os empresários argentinos se beneficiam de uma carga tributária menor do que a brasileira, de subsídios governamentais para o diesel e o pedágio, e principalmente de uma moeda mais fraca em relação ao real.
O encarregado de Comércio Exterior da Coordenadoria das Associações Comerciais e. Industriais do Oeste do Paraná (Caciopar), Mário Camargo acredita que as vantagens que a Argentina tem hoje podem levar o país à liderança regional. "A balança comercial tende a ficar deficitária", resume. Além disso, compara, nem sempre o melhor produto é o mais procurado. "Se o custo de uma mercadoria é mais alto que o de outra, com certeza ela ficará inviável. Quem estiver na posição de comprador vai negociar com quem oferecer as melhores condições. E, só pode oferecer isso quem consegue reduzir custos. Por isso é tão importante que se crie alternativas para tornar os produtos brasileiros mais competitivos."
Os alarmistas dizem que sinais da desaceleração já aparecem nos resultados da balança comercial. De acordo com levantamento divulgado pelo Banco Central do Paraguai, o Brasil vendeu de janeiro a abril deste ano para o país vizinho 3,41% mais que no mesmo período do ano passado. Enquanto isso, os produtos argentinos tiveram alta de 7,17% uma alta que equivale ao dobro da brasileira.
Em volume de exportações, o Brasil ainda é o maior fornecedor de produtos industrializados para o sócio mais pobre, totalizando no primeiro quadrimestre deste ano US$ 424 milhões, contra US$ 410 milhões no ano passado e US$ 385 milhões também de janeiro a abril de 2005. As vendas argentinas, por sua vez, saltaram de US$ 219 milhões há dois anos, para US$ 228 em 2006 e já acumula US$ 245 este ano.