Judas Tadeu Grassi Mendes, pró-reitor acadêmico da Unifae, doutor em Economia pela Ohio State University
Presente: A saída de Antônio Palocci e de Henrique Meirelles"São eles que fazem a política econômica desastrosa que o Brasil segue. Com juros altos que impedem investimentos, a única coisa que aumenta é a dívida pública. O resultado do PIB nos últimos anos mostra que trabalhamos para pagar juros e não para que a economia cresça."
Presente de grego: Baixo investimento"Neste ano o governo federal não cumpriu sua meta de investir R$ 15 bilhões, que já era pífia. O Brasil precisa de investimentos em infra-estrutura para poder crescer. Não é possível continuar essa situação em que uma ponte cai, como na BR-116, e fica caída."
Rodrigo da Rocha Loures, presidente da Federação das Indústrias do Paraná
Presente: Uma nova política econômica"O sistema produtivo está imobilizado pelo câmbio, pelos juros e pela carga tributária. Temos pela frente mais um ano difícil, com muitas empresas descapitalizadas e sem previsão de mais investimentos do setor público. Precisamos de uma política que estimule o ganho de produtividade e de dinamismo na economia."
Presente de grego: Gastança eleitoral"Ao lado do desaquecimento da economia internacional, acho que o descontrole das contas públicas em 2006 seria o pior presente para o país. Espero que a tentação dos gastos voltados para as eleições passe longe do Brasil porque o ônus será uma maior taxa de juros."
Artur Grynbaum, vice-presidente do Boticário
Presente: Crescimento"Um bom presente para 2006 seria a criação de condições para um crescimento econômico sustentado, que possibilite a todo o brasileiro ter renda para suprir suas necessidades básicas e aumentar seu poder de compra."
Presente de grego: Gasto público descontrolado"Seria um presente indesejado se o país perdesse a chance de implementar políticas mais severas no controle dos gastos públicos no ano que vem."
Markenson Marques,diretor presidente da Cargolift
Presente: Reforma tributária"O país precisa de uma reforma tributária ampla e imediata implantando o Imposto Sobre Valor Agregado (IVA), que elimina quase completamente o efeito cascata. Isso desburocratizaria o sistema e reduziria o custo administrativo das empresas."
Presente de grego: Mais impostos"Os governos têm se especializado em aumentar a receita com alterações na legislação, o que passa quase invisível para o contribuinte. Por exemplo: atualmente uma transportadora não recebe todo crédito de ICMS do diesel que consome. A legislação abre essas brechas."
Joel Malucelli,presidente do grupo J. Malucelli
Presente: Bom exemplo vindo de cima"Parece que 2005 foi o ano em que a mentira na política brasileira ficou mais clara. Ficamos estarrecidos com a forma como homens públicos mentem para o povo e para o Congresso. Seria um bom presente se eles passassem a dar o exemplo na condução dos negócios públicos."
Presente de grego: Deixar de aproveitar a maré de crescimento"Será uma pena se o Brasil não aproveitar este momento para se desenvolver. A economia mundial cresce bastante e o país não pode ficar de novo para trás. É constrangedor ver outros países emergentes crescendo mais do que o Brasil."
Cláudio Slaviero, presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP)
Presente: Guerra à corrupção"Um bom presente seria a cassação de todos os parlamentares que, comprovadamente, receberam recursos do "valerioduto". E não só eles, mas todos os outros envolvidos, que devem ser responsabilizados criminalmente. A guerra à corrupção seria um presente que nos tornaria muito mais felizes."
Presente de grego: Repeteco eleitoral"Seria um presente de grego se o eleitorado brasileiro repetir em 2006 os erros cometidos nas últimas eleições, que resultaram em distorções pelas quais estamos passando em todos os setores, inibindo qualquer investimento no país, desanimando os setores produtivos e inclusive colocando em risco o equilíbrio institucional."
Dilvo Grolli, presidente da Coopavel
Presente: Redução de impostos e juros"O país precisa reestruturar esses dois custos que atrapalham o crescimento. Perdemos competitividade porque os juros encarecem os investimentos e porque a alta carga tributária encarece nossos produtos. São dois problemas interligados, que alimentam um ciclo negativo."
Presente de grego: Gripe aviária"A produção de frangos no Brasil decolou nos últimos anos e agora está ameaçada pela gripe aviária. Ela pode chegar aqui a qualquer momento, apesar das medidas preventivas que estamos tomando. A doença faria com que a carne brasileira perdesse mercado, como ocorreu após a descoberta da aftosa no país."
Bernardo Hees, presidente da América Latina Logística
Presente: Reforma tributária"Acabar com as diferenças de ICMS entre estados fomentaria investimentos emdiversas áreas do Brasil. É preciso simplificar os impostos e promover a uniformização fiscal para aquecer nossa economia."
Presente de grego: Gastança eleitoral"O populismo fiscal por conta das eleições não seria bem-vindo. Em ano eleitoral, o governo pode descontrolar seus gastos e colocar aperder todo o equilíbrio das contas públicas conquistado nos anos anteriores."
João Paulo Koslovski, presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar)
Presente: Plano B na política econômica"A combinação de juros altos, real valorizado e investimento baixo prejudica demais o setor produtivo. As cooperativas do Paraná são um exemplo disso. Neste ano o faturamento com as exportações caiu por efeito do câmbio. Esse resultado se reflete no comércio e na indústria do estado, que também tiveram um ano complicado."
Presente de grego: Arrocho nos investimentos"Acho que a idéia de cortes maiores nos investimentos públicos para garantir o superávit primário seria péssima para a economia. O governo precisa investir mais em infra-estrutura. Sem isso, perdemos competitividade e o retorno dos negócios cai."
Nelson Hubner,presidente da Hubner
Presente: A saída de Antônio Palocci e de Henrique Meirelles"Uma das razões para eu ter votado no presidente Lula foi a esperança de ver em prática uma política econômica realista, o que não aconteceu com o Palocci. O país pode crescer mais se a Fazenda for assumida por um grupo capaz de flexibilizar a política atual, reduzindo a pressão sobre as empresas."
Presente de grego: A permanência dos dois"O presente indesejado pelo setor produtivo já está dado desde o começo do governo Lula, mas a ficha só caiu agora. Os juros altíssimos e a valorização do real são incompatíveis com o investimento. Agora que muitas empresas estão fechando as portas, a oposição à política monetária está aparecendo."
Roni Anderson Barbosa, presidente da CUT no Paraná
Presente: Crescimento forte"O país precisa crescer mais para que o desemprego diminua de forma acentuada. O crescimento acima do que temos visto nos últimos anos também aumenta as chances do país melhorar a distribuição de renda e a qualidade de vida. É com a economia forte que as negociações trabalhistas são mais bem-sucedidas."
Presente de grego: Manutenção dos juros altos"O Banco Central está sendo tímido no corte do juros e será um presente ruim para o país se continuar assim. Essa política privilegia o capital financeiro e reduz o investimento produtivo, aquele que pode gerar o crescimento. A conta dos juros é paga por todos os brasileiros."
Oriovisto Guimarães, diretor presidente do Grupo Positivo
Presente: Controle nos gastos públicos"Nos últimos dez anos, os gastos do governo brasileiro têm crescido mais do que a própria economia do país. Essa diferença faz com que a perspectiva de longo prazo seja nebulosa. O controle desses gastos liberaria recursos para investimentos e permitiria a execução da reforma tributária."
Presente de grego: Gastança nas eleições"A pior coisa que pode acontecer em 2006 é o aumento descontrolado de gastos por causa das eleições para se criar uma bolha de crescimento econômico. O risco trazido por uma situação como essa é o descontrole monetário e a volta de pressões inflacionárias."
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