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O conglomerado brasileiro Odebrecht, líder em construção e petroquímica na América Latina, vai investir 5 bilhões de reais em produção de açúcar e álcool nos próximos oito anos no Brasil, com o objetivo de figurar entre as maiores empresas do setor.

A companhia, que anunciou nesta quarta-feira a entrada no setor sucroalcooleiro, pretende atingir capacidade de moagem de cana-de-açúcar de 30 a 40 milhões de toneladas por ano em oito anos, o que, hoje, a colocaria próxima da Cosan, líder no Brasil.

"Nossa idéia é colocar capital próprio, mas o programa tem grande dimensão... então avaliamos possíveis parceiros e até o mercado de capitais", afirmou Ruy Sampaio, diretor de Investimentos da Odebrecht, a jornalistas em São Paulo.

A empresa informou que vai construir núcleos próprios de produção -os chamados 'clusters', que reúnem algumas unidades próximas, com áreas de cultivo em comum- no Sudeste e no Centro-Oeste, mas não descartou aquisições.

"Temos um plano arrojado e estruturado para que no médio prazo estejamos entre os cinco maiores produtores do setor, seja por meio de aquisições, ou por desenvolvimento dos próprios negócios", afirmou Sampaio.

Segundo ele, os 5 bilhões de reais poderão ser ampliados, porque o grupo quer ser um dos líderes no setor e talvez em 8 anos, 30 a 40 milhões de toneladas de moagem não seja um volume suficiente para estar entre os primeiros.

O valor envolve apenas as áreas de produção (agrícola e industrial) de açúcar e álcool e co-geração de energia.

A Odebrecht vai atuar em todo o ciclo do negócio, passando pela produção da cana, processamento, logística e comercialização no mercado local e no exterior.

Também devem ser feitos investimentos em logística, especialmente porque a maior parte das usinas ficará em regiões novas para a cana, onde a logística é insuficiente.

O conglomerado brasileiro, que também atua em mineração e petróleo na África, além de negócios em construção nas Américas, na Europa e no Oriente Médio, aliou-se a pessoas conhecidas do mercado de açúcar e álcool para a empreitada.

Serão parceiros no negócio os ex-executivos da trading Coimex Clayton Hygino de Miranda, Zenilton Rodrigues de Mello e Roger Haybittle, além do ex-presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Eduardo Pereira de Carvalho, e do ex-executivo da própria Odebrecht, Luiz Pereira de Araújo Filho.

O acordo prevê o uso da tecnologia mais avançada disponível, diz Educardo Carvalho, acrescentando que existe um potencial de 30 por cento de ganho de produtividade (agrícola e industrial) se for usada tecnologia de ponta disponível em relação ao que se usa hoje na média.

A empresa, que ainda não tem nome definido, será integralmente da Odebrecht. Os executivos -quatro deles haviam montado uma empresa e comprado uma usina há dois meses em São Paulo- entram como parceiros.

A produção será mais voltada para etanol, possivelmente com 60 por cento da moagem para o combustível e o restante para açúcar.

A Odebrecht controla no Brasil a Braskem, maior petroquímica da América Latina, que anunciou recentemente que vai iniciar a produção de polietileno a partir de álcool.

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