Há chance de recuperação para a OGX?
Eike Batista acha que sim nem que seja com a ajuda da Justiça e um bom desconto nas dívidas acumuladas pela empresa. Para o mercado, ainda há risco de as perdas contaminarem outras companhias
O pregão desta quinta-feira na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) marca a saída das ações ordinárias da OGX, petrolífera do empresário Eike Batista, do Índice Bovespa, principal referência do mercado de ações brasileiro. Os papéis da empresa serão excluídos ainda de outros nove índices, segundo comunicado divulgado pela BM&FBovespa. Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e divulgado na manhã desta quinta-feira a OGX confirmou o pedido de recuperação judicial.
"Pode haver tanto um forte movimento de queda dos papéis da OGX, com investidores deixando o papel, quanto de alta, com investidores em posição vendida com a ação alugada, comprando para devolver a ação", avalia Maurício Pedrosa, sócio da Queluz Asset Management.
A Bolsa iniciou seu pregão com instabilidade. Abriu em alta, passou a cair e às 10h13m o Ibovespa subia 0,09% aos 54.220 pontos. Os negócios com os papéis da OGX estão suspensos. Às 11 horas, haverá o leilão de abertura das ações da petrolífera. Uma hora antes do fim da sessão, às 16 horas, haverá um 'procedimento especial' de negociação, um leilão que terá pelo menos uma hora de duração para definir o preço de saída do papel do índice. Amanhã, as ações da empresa serão negociadas, mas já com a OGX fora do Ibovespa.
"Como consequência, na abertura do pregão de 1º de novembro, as carteiras dos índices terão nova composição e OGXP3 não fará mais parte destas. Não obstante, e diante das novas informações ora disponíveis, OGXP3 continuará a ser negociada normalmente", informou o comunicado.
O comunicado da BM&FBovespa foi divulgado quatro horas após a companhia ter entrado com pedido de recuperação judicial na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. As ações foram negociadas até o fim do pregão e também no after market. Ontem, as ações da empresa fecharam em queda de 26,09% cotadas a R$ 0,17, após a empresa entrar com pedido de recuperação judicial. Depois do pedido, a ação atingiu a cotação mínima histórica de R$ 0,16, com desvalorização de 30,43%. O mercado já esperava que a OGX tomasse essa decisão, após a empresa anunciar que não chegou a um acordo com seus credores.
De acordo com o fato relevante divulgado hoje, a OGX pediu recuperação judicial em conjunto com suas controladas, OGX Petróleo e Gás S.A., OGX International GmbH e OGX Austria GmbH.
A situação financeira desfavorável, prejuízos acumulados e o "vencimento recente e vindouro de grande parte de seu endividamento" resultaram no pedido de recuperação judicial, diz o fato relevante.
Conforme o fato relevante, a companhia, em conjunto com seus assessores, tem mantido conversas com potenciais investidores.
"A administração da companhia, no entanto, entende que, diante dos desafios decorrentes de sua situação econômico-financeira, tal medida é a mais adequada, neste momento, para a preservação da continuidade de seu negócio e proteção dos interesses da OGX e dos interesses de seu público interessado".
A dívida total da OGX é de R$ 11,2 bilhões. O pedido de 'concordata' da OGX é a maior quebra da América Latina.
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