A expectativa de um maior volume de chuvas durante o mês de julho, período tradicionalmente mais seco, levou o Operador Nacional do Sistema (ONS) elétrico a projetar um ambiente mais favorável para os reservatórios da região Sudeste/Centro-Oeste. Responsáveis por 70% da capacidade de armazenamento de água do Brasil, os reservatórios desse submercado devem chegar ao final de julho com o equivalente a 37,1% da capacidade de armazenamento. O número supera a previsão feita na semana passada, de 35,8%, e é também superior ao atual patamar de 36,58% medido pelo operador. Ou seja, em pleno inverno, o reservatório da região Sudeste/Centro-Oeste deve apresentar recuperação no volume de água armazenada.
Os números, presentes na segunda projeção de estimativas de volume de chuva e nível de reservatório feita pelo ONS para o mês de julho, refletem um aumento na afluência estimada para o mês e queda de consumo de energia. O operador nacional acredita que a Energia Natural Afluente (ENA) da região SE/CO será equivalente a 117% da média de longo termo (MLT) para meses de julho. Na semana passada, o operador projetava afluência equivalente a 101% da média histórica.
A expectativa mais favorável para a região Sudeste/Centro nas últimas semanas contrasta com as preocupações a respeito dos indicadores da região Nordeste. O ONS projeta que a afluência em julho será equivalente a 49% da média histórica, dois pontos porcentuais a menos do que a estimativa da semana passada. Confirmada tal projeção, o nível de armazenamento dos reservatórios cairá de 24,69%, nível registrado ontem, para 22% no dia 31 de julho.
A situação das regiões Sul e Norte continua mais favorável. O ONS prevê que a ENA de julho para ambas as regiões ficará em 155% e 90% da MLT, respectivamente. Com isso, o nível dos reservatórios ao final de julho estará em 95,3% da capacidade na região Sul e 77,7% no Norte.
O boletim semanal divulgado nesta sexta-feira, 10, pelo ONS também aponta que a carga brasileira deve atingir 60.013 MW médios em julho, o que representaria uma queda de 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado é explicado basicamente pela retração de 3,7% na região Sudeste/Centro-Oeste e de 2,7% no Sul. Na região Nordeste, o indicador deve crescer 5,8%. No Norte, a carga deve apresentar elevação de 0,2%.
CMO
O ONS também divulgou hoje o Custo Marginal de Operação (CMO) no período de 11 a 17 de julho para os quatro subsistemas do País, e indicou que a geração de energia hoje já é feita a um patamar inferior a R$ 300/MWh. Nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Norte, o CMO foi reduzido de 315,48/MWh para R$ 230,62, uma variação de 26,9%. Na região Nordeste, o indicador passou dos mesmos R$ 315,48/MWh para R$ 280,99/MWh, queda de 10,9%.
Como o CMO é o balizador para o preço de liquidação das diferenças (PLD), o PLD voltará a ficar abaixo do teto de R$ 388,48/MWh imposto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por mais uma semana.