Os produtores paranaenses apontam uma série de dificuldades para pedir o alongamento das dívidas. Veja as principais:
Altos custos de produçãoParte dos insumos usados na agricultura tem matéria-prima importada. Quando o agricultor comprou os insumos para a safra 2004/2005, por exemplo, o dólar estava a R$ 3,10. Quando começou a vender a safra, em fevereiro passado, o dólar havia caído para R$ 2,60.
Baixos preços dos produtosEstoques internacionais altos fizeram o preço dos principais produtos agrícolas cair em todo mundo. No Brasil, isso se agravou com a desvalorização do dólar (mais de 20% entre 2004 e 2005). Não há, por enquanto, perspectiva de aumento da demanda mundial e dos preços. Endividamento altoEstimulados pelas boas safras e os bons preços dos produtos entre 1999 e 2004, os produtores se endividaram, comprando máquinas e equipamentos, principalmente pelo programa Moderfrota, com juros subsidiados. Agora, com a situação oposta, têm dificuldade de pagar as prestações.
Dificuldade na comercializaçãoApesar do preço baixo, muitos produtos estão encalhados. O principal exemplo é o trigo. O grão importado da Argentina chega ao Brasil mais barato que o nacional. Mesmo produzindo apenas metade do consumo nacional, os produtores de trigo paranaenses não encontram mercado.
Crédito reduzidoPolítica de preços mínimos não é cumprida. Crédito agrícola atinge hoje 16% dos produtores brasileiros e menos de 30% do custo total de produção. Isso obriga os produtores a buscar crédito no mercado, geralmente em fornecedores, a juros acima bem da taxa oficial, de 8,75% ao ano.
SecaA estiagem atinge todas as áreas produtoras do Paraná neste verão, mas a região mais afetada é o Sudoeste onde, de acordo com o último levantamento, a quebra na safra de milho chegava a 13% e a de soja atingia 3%. É a segunda seca consecutiva a prejudicar a safra de verão.
Febre aftosa O ressurgimento da doença causa um prejuízo diário de R$ 5,7 milhões no Paraná, principalmente aos produtores de carnes e leite. O Ministério da Agricultura confirmou um foco de aftosa no Norte do estado, mas uma liminar impede o sacrifício dos 1,8 mil animais da fazenda.
Fontes: Faep e Seab