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Até 1998, haviam sido localizados 44 exemplares dos ovos produzidos pelo joalheiro russo Peter Carl Fabergé | Grigory Dukor/Reuters
Até 1998, haviam sido localizados 44 exemplares dos ovos produzidos pelo joalheiro russo Peter Carl Fabergé| Foto: Grigory Dukor/Reuters

Peças raras e de valores estratosféricos, os ovos Fabergé, tal qual o exemplar apreendido nesta sexta-feira (6) na residência de Eike Batista, remontam ao período dos czares russos. Joalheiro oficial da corte, Peter Carl Fabergé fabricou cerca de 50 exemplares entre 1885 e 1917, alguns deles desaparecidos até hoje.

Os ovos eram cuidadosamente decorados com metais e pedras preciosas, e escondiam surpresas oferecidas entre os membros da família imperial.

A cada ano o Czar Alexandre III encomendava um novo ovo para dar à Czarina Maria Feodorovna na Páscoa, cabendo a Fabergé confeccioná-lo. O modelo exclusivo era confeccionado em sigilo durante um ano e celebrava momentos da família ou glórias do Estado Russo.

Dotados de mecanismos delicados, os artefatos mostravam o segredo em seu interior. O primeiro a ser fabricado, por exemplo, abria-se como uma matrioska, revelando uma grande gema de ouro no interior. Dentro da gema, uma galinha de ouro; dentro da galinha, uma coroa de diamantes; dentro da coroa, um pingente de rubi.

Tradição

Maria Feodorovna ficou tão encantada que fez de Fabergé o joalheiro oficial da corte. Deu-lhe uma missão: fazer um ovo por ano, sempre com uma surpresa dentro. A tradição passou para a geração seguinte.

Após a morte do imperador, seu filho, o Czar Nicolau II, passou a encomendar a Fabergé dois ovos por ano, um para sua mãe e outro para sua esposa, Alexandra. Mas com a Revolução Russa, o tesouro dos Romanov foi confiscado pelos bolcheviques e dispersado. Até 1998, haviam sido localizados 44 exemplares.

Hoje, os ovos são disputados por colecionadores. No ano passado o terceiro ovo imperial de Páscoa, feito em 1887, foi descoberto em um mercado de pulgas nos Estados Unidos e comprado por uma revendedora de antiguidades.

A peça foi avaliada em US$ 20 milhões, o equivalente a quase R$ 45 milhões, e levada para uma exposição em Londres, onde ficou poucos dias em exibição.

A exuberância das relíquias também virou enredo no cinema. Em "Doze Homens e Outro Segredo", de Steven Soderbergh, um dos ovos Fabergé vira alvo de ladrões. Um milionário e uma quadrilha disputam a peça, exposta em um museu de Roma.

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