A indústria brasileira de celulose se beneficiou do fechamento de capacidades no Hemisfério Norte para se consolidar como a quarta maior fabricante mundial do insumo. Se no começo de 2009 a prioridade do setor para o período de crise era permanecer à frente de Suécia e Finlândia, ultrapassadas pelo Brasil no ano anterior, o decorrer do ano e os números da produção mundial afastaram essa preocupação. "Os países do Hemisfério Norte tiveram queda (no volume produzido) superior a 10% ou 15% em 2009, enquanto o Brasil cresceu 6% no período", afirma a presidente executiva da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth de Carvalhaes.
O Brasil encerrou 2009 com produção total de 13,461 milhões de toneladas, recorde histórico para o setor, enquanto que a produção da Suécia, quinta no levantamento mundial, deve ficar levemente acima de 11 milhões de toneladas anuais.
Após se consolidar na quarta posição do ranking, o Brasil deve se distanciar gradativamente dos concorrentes europeus e começar a buscar uma posição entre os três maiores do setor, em disputa direta com canadenses e chineses o líder é os Estados Unidos, com produção quase quatro vezes maior do que a brasileira. Para alcançar a China e o Canadá, que antes da crise produziam mais de 20 milhões de toneladas anuais, o Brasil deverá tirar do papel desde projetos suspensos por causa da retração econômica mundial até novos investimentos, a serem feitos pela recém-criada Fibria ou pela chilena CMPC, que assumiu a fábrica de Guaíba antes controlada pela Aracruz, entre outros projetos.
O novo ciclo de investimentos ainda não foi mapeado pela Bracelpa, mas é provável que os aportes do setor até 2017 se aproximem de US$ 20 bilhões.