A presidente Dilma: reservas internacionais ajudam a proteger o país de eventos externos| Foto: Divulgação

Arrecadação deve crescer mais de 4,5%

O secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, disse ontem que, apesar da frustração na arrecadação de receitas administradas no primeiro quadrimestre deste ano, está mantida a previsão de crescimento da arrecadação em 2012, entre 4,5% e 5,5% em relação ao ano passado. No entanto ele destacou que essa previsão pode ser revista, já que a receita calculou a sua estimativa, com base nos indicadores macroeconômicos encaminhados pela área econômica do governo e que prevê um crescimento da economia de 4,5% este ano.

O relatório bimestral de receitas e despesas, divulgado na sexta-feira pelo Ministério do Planejamento, reduziu em R$ 10 bilhões a previsão de receitas administradas, com base nos dados do primeiro quadrimestre.

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Para Tombini, inflação ficou para trás

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou ontem que a atividade econômica vai se acelerar ao longo deste ano e garantiu que os "patamares elevados de inflação já ficaram para trás". Sobre a valorização do câmbio, Tombini disse que o Banco Central poderá atuar para colocar as cotações na "normalidade", caso haja necessidade. Para ele, no entanto, a atual depreciação do real é, na verdade, um movimento global de valorização da moeda americana. Esse movimento precisa se estabilizar para, depois, haver alguma atuação do BC no câmbio, disse Tombini.

O presidente do Banco Central destacou a redução da dívida pública, a geração de emprego, os investimentos estrangeiros no Brasil, além da redução de impostos para aquecer a indústria e da taxa básica de juro (Selic) para incentivar a economia.

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A presidente Dilma Rousseff aproveitou uma cerimônia pública em Santa Catarina para lembrar que a crise internacional mostrou sinais de recrudescimento nos últimos dias, principalmente, na Europa. Mas garantiu que o país está "300% preparado" para enfrentar a atual crise financeira internacional.

"Estamos ainda mais fortes do que estávamos em 2008, 2009. Agora, para ter uma ideia, temos cerca de US$ 370 bilhões de reservas. Naquela época, nós tínhamos US$ 205 bilhões, e isso é uma garantia, porque você ter US$ 370 bilhões é uma proteção contra o que quer que aconteça no sistema financeiro internacional", disse a presidente.

Dilma disse que, antes, "o mundo espirrava lá fora e pegávamos pneumonia". "Hoje não pegamos pneumonia. Na crise de 2008, 2009, fomos atingidos pelas suas consequências, mas durou muito pouco." Diante da crise atual, a presidente afirmou que o Brasil "fica muito bem" e foi bastante aplaudida pelos presentes à cerimônia de assinatura da ordem de serviço das obras de construção da ponte sobre a Lagoa de Imaruí.

A presidente ressaltou que o Brasil é diferente da Europa, lembrando que os europeus estão enfrentando a crise, sem buscar o crescimento, mas produzindo uma das "maiores recessões que se tem notícia, a ponto de alguns países terem taxa de desemprego que sequer concebemos". Para Dilma, tamanho enxugamento do mercado de trabalho na Europa é um "absurdo", penalizando principalmente os mais jovens. "Metade da população jovem não tem emprego, uma coisa que é um absurdo".

Ela reforçou que o Brasil tem um bom grau de proteção para evitar o contágio. "Nós no Brasil não precisamos encostar nenhum tostão do orçamento para expandir o crédito. Temos no Banco Central em torno de R$ 400 bilhões a título de depósito [compulsório] que os bancos são obrigados a colocar no BC como garantia do sistema financeiro, público e privado. Portanto, nós temos R$ 400 bilhões para enfrentar qualquer emergência de crédito", garantiu.

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Ainda sobre a crise na Europa, Dilma foi enfática: "Posso assegurar para vocês que estamos 100% preparados, 200% preparados, 300% preparados".

Mercado reduz estimativa para o PIB

O mercado reduziu a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e para a inflação oficial deste ano, segundo boletim Focus divulgado toda segunda-feira pelo Banco Central. A projeção para o PIB de 2012 foi reduzida de 3,20%, na semana passada, para 3,09% hoje. Para 2013, foi elevada de 4,30% para 4,50%.

A estimativa para inflação oficial (medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA) caiu levemente neste ano, de 5,22%, na semana passada, para 5,21%. Para 2013, a projeção foi elevada de 5,53% para 5,60%. O centro da meta do governo para este ano é de 4,5% e o teto, 6,5%.

A previsão para a taxa básica de juros, a Selic, neste ano, foi mantida em 8% ao ano (a mínima histórica foi de 8,75% em 2009), e reduzida para 2013, de 9,75% para 9,5%

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