Puerto Iguazú, Argentina (das agências) O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, afirmou ontem que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre já era esperada e não configura uma tendência. Em rápida entrevista aos jornalistas, Palocci afirmou que "toda a política monetária tem seus custos", mas mostrou otimismo quanto à queda da taxa básica, a Selic, nos próximos meses.
"Olhando à frente, a flexibilização da política monetária, a continuidade no aumento das vendas e da renda indicam que o crescimento não vai parar. Não há processo de crescimento que seja uma curva linear sem interrupções", disse o ministro, que acompanhou o presidente Lula em viagem oficial à Argentina.
O ministro afirmou que "todas as condições para o crescimento estão dadas", mas foi questionado pelos repórteres se o país vai crescer menos de 3% este ano. "Vamos refazer as contas. Logo esses números vão ser avaliados e divulgados. O mais importante é observar neste momento se essa indicação do terceiro trimestre é uma tendência ou se é apenas um momento fora da curva de crescimento. Todos os indicadores mostram que esse é um momento de redução dentro de uma linha de crescimento que prossegue", afirmou o ministro.
Para analistas, a crise política que teve seu ápice justamente entre julho e setembro e envolveu acusações de corrupção contra o próprio ministro também teve reflexo negativo sobre o PIB, envolvendo principalmente as expectativas e as decisões de investimentos.