Protagonista de um dos maiores escândalos financeiros recentes, o Banco PanAmericano anunciou ontem um lucro líquido de R$ 76,1 milhões no primeiro trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 133,6 milhões apurado em dezembro de 2010.
No balanço, os novos gestores, que assumiram o controle do banco do empresário Silvio Santos em novembro de 2010, evitam comparar o lucro com os resultados dos trimestres anteriores, preferindo iniciar uma série histórica "do zero".
O documento aponta que a nova administração identificou perdas de R$ 4,3 bilhões após a investigação das irregularidades financeiras e contábeis da gestão anterior.
Em novembro do ano passado, o Grupo Silvio Santos, então controlador do banco, anunciou aporte de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para cobrir problemas na contabilidade. No fim de janeiro, o banco BTG Pactual comprou o controle do PanAmericano (51%) por R$ 450 milhões. A Caixa Econômica Federal, que havia comprado 49% do PanAmericano em dezembro de 2009 por R$ 739 milhões, antes de a fraude contábil vir à tona, decidiu lançar as possíveis perdas relacionadas ao PanAmericano apenas em seu balanço do segundo semestre.
Segundo o banco estatal, o atraso é decorrente da demora na divulgação do balanço trimestral do PanAmericano e de um relatório de uma assessoria financeira financeira, contratada para estruturar um plano de negócios para o banco.